51 anos é um número que soa bem. 51 anos de liberdade, 51 anos sem ditadura.
Parece que começamos a “ganhar terreno”. Mais de meio século em que deixámos de ler a azul, em que não precisamos de contar quantos estamos numa sala ao mesmo tempo, que não falamos em surdina, ou recusamos falar, e escolhemos pensar apenas, em silêncio. São 50 anos + 1 e também uma oportunidade para refletir.
Estaremos mesmo a chegar a um lugar concreto construído na certeza absoluta de que não voltamos para onde já estivemos? Que não voltamos a aceitar que nos privem da nossa Liberdade, que nos amarrem, que nos limitem, que nos digam quem somos e quem devemos ser? Vivemos com a confiança inabalável de que ganhámos terreno irrefutável com o passar dos anos?
Não.
Só não reconhecemos o acidentar do terreno se não olharmos à volta e para o que se passa no mundo. Só não reconhecemos o multiplicar das pedras no caminho, se estivermos apenas virados para nós próprios. Não são pedras daquelas que juntamos e um dia construímos um castelo, são das que destroem. Destroem castelos, cidades, organizações, nações inteiras e talvez comecem também a criar rachas naquele lugar sigiloso que são os nossos pensamentos, crenças, valores e certezas. São pedras das que magoam, das que contrariam tudo o que se tem vindo a edificar durante os últimos 51 anos.
Estamos a tropeçar mais e a ter menos atenção ao caminho? Seremos cúmplices do estado das coisas? Quem somos, o que defendemos e que futuro queremos?
Nem sempre é simples manter o espírito alto, a moral em cima e o otimismo superior a todas as coisas. Compreendendo tudo o que estamos a viver no Mundo, os conflitos armados, as alterações climáticas, a desinformação, a estagnação económica, a sustentabilidade e inclusão. É difícil dormir em paz, acordar tranquilo, começar o dia-a-dia com confiança de que só pode ser bom, que o algoritmo nos vai mostrar coisas bonitas e que vai haver mais esperança no futuro.
Na Casa do Impacto a palavra de ordem é essa: futuro. Trabalhamos para um futuro melhor. Mais sustentável, representativo, inclusivo, equitativo e justo. Acreditamos que vale a pena, que o que fazemos hoje pode ter um efeito positivo nos próximos tempos e nos que vierem a seguir a esses. Acreditamos que podemos fazer a diferença nesta geração e nas outras. Mas sabemos que é um trabalho hercúleo, de muitas pessoas. De todas as pessoas.
Precisamos e trabalhamos para multiplicar esta vontade de fazer mais, de incluir, de auxiliar e transformar a Sociedade e temos confiança total e irrefutável que só é possível fazê-lo em Liberdade.
Que não tomemos por garantido o que nos foi dado pelos tantos que lutaram e deram direitos e vida pela nossa Liberdade. Por uma vida digna e livre. Que estejamos atentos ao mundo, às transformações, aos desafios, aos que sentem primeiro as pedras no caminho. Que sejamos empáticos, solidários e mantenhamos a consciência de classe aguçada. Não queremos ser cúmplices e o silêncio continua a ser a maior arma contra a nossa Liberdade.
Por uma Sociedade do Impacto. Que será sempre livre.
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