Perdeste as Thursdays with Impact de julho? Descobre tudo aqui!

Dedicamos este mês de julho ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (doravante ODS) 4 – Educação de Qualidade. Para a concretização da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas foram delineados 17 ODS que são imperativos para um futuro sustentável, de forma a promover esta Agenda a Casa do Impacto organiza, mensalmente, as Thursdays with Impact, sessões dedicadas ao ODS em foco nesse mês.

O ODS 4 visa garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos. Descobre mais aqui.

 

Sabias que, já antes da pandemia da Covid-19, o progresso em direção a uma educação de qualidade, inclusiva e equitativa era muito lento? Mais de 200 milhões de crianças ainda estarão fora da escola em 2030!

 

A 01 de julho, Rita Falé, Community & Events Manager na Casa do Impacto, esteve à conversa com Pedro Santa Clara, Diretor da 42 Lisboa, Gonçalo Duque, Chief Operations Manager na Junior Achievement Portugal, e Francisco Miranda, co-Founder da SPOT GAMES, startup da Comunidade da Casa, para discutir a temática da educação como catalisar da inovação e como promotor do empreendedorismo.

Em Inovação ou Educação: qual vem primeiro? | Thursdays with Impact foi realçada a forma como a educação e a formação ao longo da vida, através de processos, quer formais quer informais, é uma das melhores formas de mudar de vida.

Pedro Santa Clara partilhou que considera a pandemia um catalisador de aceleração dos processos de upskilling e reconversão de competências mas que, na sua opinião, “essa mudança estava já em curso por várias razões: por um lado, porque a tecnologia permite usar novos modelos pedagógicos e novos métodos de aprendizagem, por outro lado, porque as necessidades das empresas estão a mudar uma vez que precisam de mais pessoas com skills digitais mas também de pessoas com competências humanas diferentes das que a educação tradicional estimula”.

Portugal é um país com evidências de desmotivação dos alunos e Francisco Miranda enfatizou que o sistema de ensino tradicional é o culpado desse insucesso escolar porque, como afirmou, “toda a gente gosta de aprender”, simplesmente as tradicionais ferramentas disponíveis para aprendizagem não se adequam a alguns alunos. Pedro Santa Clara mostrou perspetiva semelhante ao dizer que “no fundo a educação tradicional é uma herança da revolução industrial e é quase a contraparte de um processo fabril, e sabemos que funciona mal (…) nem toda a gente aprende ao mesmo ritmo (…) o que frusta uns e perde outros”. Francisco rematou dizendo que “o aumento da capacidade tecnológica não garante a inovação. É preciso que, a par de melhorar o hardware das escolas, dar-se também meios eficazes para a sua utilização em sala de aula”.

Gonçalo Duque aproveitou para clarificar o conceito de o que é ser um empreendedor dizendo que “ser empreendedor é ter uma atitude de questionamento e inquietude perante um problema que queremos ver resolvido, e isso podemos ter no nosso trabalho, na nossa família e amigos. É muito importante desmistificar este conceito”, referindo que demasiadas vezes o conceito fica apenas associado a uma vertente económica e de investimento.

Nesta conversa, o Diretor da 42 Lisboa comentou ainda que “a pandemia vai marcar uma revolução grande no sector das universidades porque vamos ter mais concorrência internacional com modelos online ou híbridos, vai haver uma proliferação de novos modelos de educação onde grandes universidades vão poder competir com os estabelecimentos locais”. Cumprir-se-á esta previsão? Estaremos atentos!

Revê a conversa aqui.

De acordo com dados recentes da Pordata relativos à educação na União Europeia e em Portugal:

– Num estudo que comparava as percentagens, por país da EU, com maior e menor percentagem de pessoas entre os 25 e os 64 anos que recebiam educação (ou formação) formal ou não formal, Portugal apresentava 10%, acima da média da EU, de 9,2%

– Relativamente à percentagem de estudantes com 15 anos que revelavam baixas capacidades de leitura, matemática e ciências no teste internacional PISA, Portugal apresentava 20,2%, abaixo da média da EU, de 22,5%

– Relativamente à percentagem de empregados, dos 20 aos 34 anos, que tinham acabado de tirar, pelo menos, o ensino secundário, Portugal apresentava 75,7%

– O país que apresentava maior percentagem de pessoas, entre os 30 e 34 anos, com o ensino superior (como bacharelatos, mestrados ou doutoramentos) era o Luxemburgo, com 62,2%. Portugal apresenta 39,6%

Em Tendências da Educação pós-Covid | Thursdays with Impact by IES-Social Business School, Frederico Fezas Vital, Community and Communication Strategist no IES – Social Business School, desafiou José Vítor Pedroso, Diretor-Geral da Educação, para responder à questão: qual é o futuro da educação no pós-pandemia?

Não há dúvida que a pandemia veio alterar os nossos hábitos e necessidades e é necessário refletir que caminho deve o sector da educação seguir para responder às lacunas no mercado de trabalho, combater o desemprego e o excedente de profissionais de sectores que viram a sua atividade desaparecer na pandemia.

Como enfatizado por Frederico Fezas Vital, os problemas sociais são, quase sempre, causados por falhas na educação, e o Diretor-Geral da Educação mostrou opinião semelhante ao afirmar que “se queremos sociedades desenvolvidas e sustentáveis, no presente e no futuro, temos de preparar esse futuro, e a educação é uma arma para esse desenvolvimento”.

Numa conversa que tocou em vários assuntos relacionados com o sistema educativo português, percebemos que “a mudança nas escolas portuguesas já acontece há alguns anos, tem havido mudança substancial com as medidas de autonomia e flexibilidade curricular (…) fizemos um investimento grande na formação das lideranças dentro de cada uma das escolas (…) a grande mudança foi no digital, tanto para os professores ensinarem como para os alunos aprenderem (…)”, como referido por José Vítor Pedroso quando questionado acerca das alterações provocadas pela pandemia.

O sector educativo tem ainda um longo caminho a percorrer mas Portugal está num bom caminho uma vez que, como partilhado na conversa, temos cada vez menos abandono escolar e as taxas de insucesso também têm melhorado. Este caminho evolutivo tem de ser feito de mãos dadas com a sociedade como referiu o Diretor-Geral da Educação em “a importância das comunidades tem vindo a ser trabalhada em cada uma das escolas (…) temos em Portugal Continental 809 agrupamentos de escolas, mais de 5.000 escolas pelo país e os seus contextos variam muito (…) necessitamos de colaboração e envolvimento, a educação implica o envolvimento de quem está ligada à educação e não só”.

Revê a sessão aqui.

Descobre mais sobre o que a Casa do Impacto tem a dizer acerca da Educação:

O que queres ser quando cresceres?
Artigo de Inês Sequeira, Diretora da Casa do Impacto, para o Público.

O futuro desenha-se com a educação
Artigo sobre a ligação da inovação social levada a cabo na Casa do Impacto e a educação, no Observador Lab.

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