Como podemos promover conhecimento, ações e respostas das comunidades às alterações climáticas?

A Casa do Impacto tem a sua missão alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da agenda 2030 da ONU, promovendo e hospedando iniciativas que promovam soluções criadoras de impacto social e ambiental positivo.

Neste novo ano, início de uma nova década, torna-se premente a concretização de medidas que combatam as alterações climáticas e mitiguem os seus impactos nas cidades e comunidades, promovendo a sua sustentabilidade nomeadamente ao nível do consumo.

A Conference of the Parties, cimeira que reúne anualmente os 197 países que assinam a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima fez o balanço. Assente nas guidelines estabelecidas em 2018 na COP24, nas medidas necessárias à operacionalização do Acordo de Paris e no Relatório da Organização Mundial de Meteorologia (que apontou a última década como a mais quente desde que há registos), foram 5 as principais diretrizes que estabeleceu:

  1. Criação de bases para que em 2020 os países apresentem compromissos de redução de emissões de gases com efeito estufa mais ambiciosos.
  2. Reconhecimento que as políticas climáticas deverão ser permanentemente atualizadas com base nas informações da ciência e reconhecimento do papel do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas
  3. Confirmação que a luta contra as alterações climáticas é uma questão transversal que envolve várias matérias tais como as finanças, as florestas e agricultura, a tecnologia, a construção sustentável, a avaliação de perdas e danos, a proteção dos povos indígenas, as cidades, os oceanos e a igualdade de género, entre outras.
  4. Reconhecimento da importância dos oceanos no sistema climático e de duas iniciativas para 2020 – uma sobre oceanos e outra sobre o uso da terra.
  5. Concordância com o novo Plano de Ação de Género que visa incrementar a participação das mulheres nas negociações internacionais do clima. Vigente até 2025, tem como objetivo reforçar a igualdade de género e o empoderamento das mulheres na ação externa da UE.
  6. O acordo contemplou diretrizes para o Fundo Verde do Clima que alavanca pela primeira vez recursos para populações e localizações vítimas de catástrofes naturais. A Rede Santiago nasce dentro deste contexto, no sentido de canalizar assistência técnica entre organizações e especialistas para os países mais vulneráveis.

Sobre a conclusão da COP25, as associações ambientalistas acusaram os líderes de falhar aos seus compromissos e dos mais ricos quebrarem as suas promessas de financiamento, mesmo após um ano de insistente demanda e mobilização civil. O Ministro do Ambiente português afirmou também, que o pouco que houve para discutir nesta cimeira, não ficou concluído.

O compromisso das partes foi evidente: de um lado, os pequenos estados insulares (que tanto mais têm sofrido com os efeitos das alterações climáticas, nomeadamente com a subida do nível das águas) e a União Europeia; do outro, os EUA, o Brasil, a Índia e a China. Os EUA irão mesmo abandonar o Acordo de Paris no dia 4 de novembro de 2020.

Portugal, entre o primeiro grupo, é atualmente um dos cinco países mais ativo no processo de “descarborização”. A 21 de Junho de 2018 Lisboa foi distinguida com o galardão de Capital Verde Europeia 2020, que resulta da avaliação de um conjunto de especialistas internacionais sobre 12 indicadores que visam avaliar a sustentabilidade na cidade. Este é o reconhecimento do trabalho que Lisboa tem vindo a desenvolver durante a última década no sentido de uma cidade mais verde e amiga das pessoas, e é a primeira vez que uma capital do Sul da Europa conquista esta distinção.

A programação do Lisboa Green Capital conta assim com conferências, grandes exposições e atividades para as famílias, com o compromisso de tornar a cidade mais sustentável.

A nível global, são vários os organismos e os instrumentos que atuam pela ação climática em cooperação com a ONU. Para compreender como se complementam, listamos alguns deles:

  1. Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (em EN, UNEP).
    Agência responsável por catalisar e estabelecer parcerias internacionais, inspirando, informando e capacitando para a promoção da qualidade da vida, pela proteção do ambiente e das futuras gerações.
  2. Organização Mundial de Meteorologia (Em EN, WMO)
    Promove a cooperação de redes para observação das condições meteorológicas, climatológicas, hidrológicas e geofísicas. Facilita open data em tempo real ou quase real, com vista à segurança da sociedade, bem-estar económico e proteção ambiental. Contribui para a formulação de políticas nacionais e internacionais.
  3. Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (em EN, IPCC)
    Não produz pesquisa original, mas reúne e resume o conhecimento produzido por cientistas de alto nível, independentes ou ligados a organizações e governos. É a maior autoridade mundial a respeito do aquecimento global e tem sido a principal base para o estabelecimento de políticas climáticas mundiais e nacionais.
  4. Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (em EN, UNFCCC)
    Tratado ambiental internacional que visa estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera.  Foi aprovado em junho de 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ocorrida no Rio de Janeiro e dois anos mais tarde, em 21 de março de 1994, entrou em vigor.
  5. Acordo Verde Europeu
    Nasce com o objetivo de tornar o continente europeu, o primeiro do mundo a atingir a neutralidade climática. Plano prevê colocar a zeros as emissões de carbono até 2050 e planeia disponibilizar 100 bilhões de euros para os Estados-membros, para que possam realizar a transição para as energias verdes.
    Roadmap

 A mobilização estudantil pela defesa do clima tem sido um ponto fulcral de awareness a nível mundial. A FridaysForFuture, movimento que organiza a cada sexta-feira greves escolares, tem como objetivo consciencializar e pressionar o governo para a tomada de medidas urgentes contra o aquecimento global.

No início de janeiro teve lugar na Casa do Impacto o evento LIDERA a década do Clima, que pretendeu consciencializar e preparar jovens líderes para a transição para uma sociedade mais sustentável.

A Casa do Impacto tem sido palco recorrente de iniciativas promotoras de sensibilização e mobilização para as questões de impacto ambiental . Investindo em projetos de impacto ambiental positivo, está atualmente em roadshow nacional pela divulgação do Santa Casa Challenge, um concurso de inovação social digital que premeia soluções inovadoras que respondam aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11, 12 e 13.

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