A Casa do Impacto esteve à conversa com Francisco Nogueira e Frederico Stock, co-Founders da Glooma, um dos projetos que termina este mês o período de capacitação do programa de aceleração Rise for Impact.

Entramos na reta final do período de capacitação do Rise for Impact e convidamos os 10 participantes a fazerem uma retrospetiva do seu percurso até agora. A 16 de dezembro vamos conhecer os três finalistas do programa que entrarão na fase de incubação, que os levará até ao prémio final, num evento a não perder!

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Na entrevista de hoje, fica a conhecer a Glooma, uma startup de saúde digital que está a desenvolver um dispositivo de rastreio do cancro da mama doméstico e portátil, a SenseGlove.

 

 

Como surgiu a ideia de criação da Glooma?

Quando a prima do Francisco detetou um nódulo na mama ao fazer a autopalpação, não se dirigiu logo ao médico por medo e falta de confiança. Desvalorizou esse mesmo nódulo e deixou passar 3 meses. Só depois, por insistência da família e por perceber que o nódulo não desaparecia, foi ao médico. O resultado foi um tumor maligno e remoção da mama direita.

O Francisco questionou-se o porquê de a prima não ter ido logo ao médico e em conversa com o pai, médico, e com a mãe, enfermeira, percebeu que tal como a Filipa há muitas mulheres que não têm confiança a fazer a autopalpação. Foi com o objetivo de dar esta confiança às mulheres que o Francisco, Engenheiro Biomédico, começou a trabalhar num dispositivo que ajudasse todas as mulheres na deteção precoce do cancro da mama.

 

Como tiveram conhecimento do Rise for Impact? O que é que vos impulsionou a participar?

Tomámos conhecimento do Rise for Impact através da newsletter da Casa do Impacto. Quisemos participar por ainda nos encontrarmos numa fase inicial e porque tínhamos ideia do impacto que podíamos ter. Queremos posicionar-nos como uma startup de impacto, e considerámos que era a oportunidade ideal para aprendermos a ter essa visão desde a fase inicial do projeto e crescer tendo sempre em vista o posicionamento de impacto que queremos ter, tanto a nível económico como a nível psicossocial.

 

O que é, como funciona e a quem se dirige a Glooma?

A Glooma é uma startup que quer fazer parte da vida das mulheres, consciencializando sobre o cancro da mama e detetando-o precocemente. A Glooma foi criada a pensar nas 600 mil vidas que se perdem todos os anos por causa do cancro da mama. Portanto, o objetivo da Glooma é ter um produto escalável que alcance toda a população feminina com mais de 25 anos e também homens que tenham risco elevado de ter cancro da mama. Os objetivos da Glooma são consciencializar sobre a importância da prevenção do cancro de mama sempre com o intuito de evitar tratamentos mais agressivos, cirurgias mutilantes e, em última instância, a morte.

 

Em que fase se encontra agora? Qual o feedback que têm recebido da utilização da vossa solução, a SenseGlove?

Neste momento estamos a começar os testes clínicos com os nossos protótipos e estamos à procura de soluções de financiamento e investimento para alargar a equipa, avançar no desenvolvimento do produto final e começar as certificações e regulações do dispositivo médico.

Relativamente ao feedback recebido, tem sido bastante positivo tanto da comunidade médica e científica, como por parte das mulheres. Os vários médicos com quem temos falado têm-se disponibilizado para nos auxiliar e têm-nos ajudado a melhorar o protótipo para garantir que o dispositivo tenha sucesso. Por parte das mulheres, para além do feedback positivo temos já 87 pré-reservas orgânicas no nosso site, sem ter o desenho final e as certificações, no entanto temos recebido o feedback que temos de trabalhar no design, que entra na nossa necessidade de desenvolvimento do produto final. A juntar a isto, temos sido reconhecidos em alguns Prémios que demonstram que há pessoas que acreditam na nossa equipa, no projeto e sobretudo no impacto que a SenseGlove pode ter na vida das mulheres.

 

Como tem sido a vossa experiência no Rise for Impact durante os 3 meses de capacitação? Algo que possam destacar?

A fase de capacitação tem sido uma experiência incrível, dando-nos bastantes ferramentas e conhecimentos para o desenvolvimento do nosso negócio. Os mentores têm tido um papel muito importante para definirmos uma estratégia em relação ao investimento. Também a troca de impressões com os outros projetos tem sido crucial pois é necessário feedback constante para melhorar a aplicabilidade dos conceitos e das ferramentas.

“A Glooma foi criada a pensar nas 600 mil vidas que se perdem todos os anos por causa do cancro da mama. Portanto, o objetivo da Glooma é ter um produto escalável que alcance toda a população feminina com mais de 25 anos e também homens que tenham risco elevado de ter cancro da mama.”

O que significaria para vocês vencer o Rise for Impact? E quais os vossos maiores milestones até à data?

Para nós, vencer o Rise for Impact seria, em primeiro lugar, o reconhecimento de toda a nossa evolução e uma prova do impacto que queremos e podemos ter, tanto a nível psicossocial na vida das mulheres, como a nível económico. Em segundo lugar, seria o reconhecimento da resiliência, trabalho e esforço de toda a nossa equipa que acredita nos valores e missão da Glooma e que iniciou este projeto do 0 e sem qualquer tipo de ajudas e tudo o que temos conquistado, tem sido através de bootstrapping. Alcançámos uma enorme rede de contactos que desde então nos tem apoiado e premiado.

Desde o início do Rise for Impact, conseguimos ganhar alguns prémios junto de marcas de renome: Altice International Innovation Award, promovido pela Altice, H- Innova Award, promovido pelo Governo Regional da Madeira em conjunto com a Premivalor Consulting e Programa Forward, promovido pela Católica Business School. Temos ainda 3 Hospitais parceiros, onde estamos a testar clinicamente o nosso dispositivo, e diversos médicos parceiros que acreditam na nossa equipa e no nosso produto. Já iniciámos a nossa campanha de pre-orders e sem qualquer publicidade já temos 87 pré-reservas da nossa luva. Toda a estratégia da Glooma tem sido através de bootstrapping, e para além dos 58 mil euros em prémios monetários, fomos capazes de poupar mais de 100 mil euros na realização dos nossos estudos clínicos com as parcerias alcançadas com os Hospitais.

 

De que forma o projeto contribui para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU?

A Glooma aborda os ODS 3 – Saúde de Qualidade – 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis – e 12 – Produção e Consumo Sustentáveis – no sentido em que a deteção precoce do cancro da mama aumenta a probabilidade de sobrevivência, e quando o cancro é detetado no estágio 0 ou 1 a probabilidade de sobrevivência sobe para perto dos 98%. Queremos desenvolver infraestruturas sustentáveis, resilientes e confiáveis e queremos apostar numa economia circular e na reutilização de matérias-primas e incentivar à devolução do dispositivo.

 

Em 2025, como veem a Glooma?

Em 2025 esperamos que a Glooma já seja uma referência nacional na prevenção e consciencialização do cancro da mama, e que seja reconhecida pelo número de vidas salvas através da deteção precoce. Esperamos também já estar bem encaminhados para nos tornarmos numa referência a nível europeu e já estar a trabalhar para ter uma participação ativa e positiva na vida da mulher em todo o percurso do cancro da mama, desde a prevenção ao pós-cancro.

 

 

Descobre tudo sobre a Glooma aqui. Fica atento/a, este mês vamos conhecer os 10 projetos que participam na aceleração e que farão o seu pitch no Demoday que decorrerá a 16 de dezembro na Casa do Impacto. A entrada é gratuita mas carece de registo prévio aqui.

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