A Casa do Impacto esteve à conversa com Rita Martins e Raquel Oliveira, responsáveis pelo Kickoff, um dos projetos que termina este mês o período de capacitação do programa de aceleração Rise for Impact.

Entramos na reta final do período de capacitação do Rise for Impact e convidamos os 10 participantes a fazerem uma retrospetiva do seu percurso até agora. A 16 de dezembro vamos conhecer os três finalistas do programa que entrarão na fase de incubação, que os levará até ao prémio final, num evento a não perder!

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Na entrevista de hoje, fica a conhecer o Kickoff, um programa de experimentação cultural para jovens que veio para combater a fraca relação da sociedade portuguesa com a cultura. Através deste programa os jovens participantes podem desenvolver competências artísticas, culturais e sociais, que os tornam cidadãos mais conscientes e melhor preparados para os desafios da vida.

Este projeto iniciou o programa Rise for Impact com a designação de First Steps mas, ao longo das semanas de aceleração e através das aprendizagens adquiridas no mesmo, foi entendida a sua designação como Kickoff, ficando assim claro que estes são dois projetos independentes, interligados por serem dinamizados pela mesma organização, a UNDA.

 

 

Como surgiu a ideia de criação do Kickoff?

O programa de capacitação jovem Kickoff surge através do feedback que foi sendo construído ao longo de 10 anos de implementação do Festival Artístico First Steps, no qual tivemos a oportunidade de interagir com vários jovens e de perceber a evolução de competências transversais que os mesmos manifestam quando expostos a consecutivas participações em atividades de experimentação artística. Esta experiência levou-nos à identificação de uma lacuna nos jovens de hoje relativa à falta de competências sociais e emocionais que se verificam nestes jovens e que impactam diretamente o seu potencial humano, social, académico e profissional – tal como evidencia o recente estudo da OCDE designado “Survey on Social and Emotional Skills (SSES); Sintra, (Portugal)”.

Assim, percebemos que através da nossa experiência com atividades artísticas e proximidade com os jovens, poderíamos desenvolver um programa que paralelamente à capacitação técnica artística conseguisse desenvolver neles competências essenciais para o seu futuro, como a criatividade, comunicação, trabalho em equipa, gestão de projetos e problem solving.

 

Como tiveram conhecimento do Rise for Impact? O que é que vos impulsionou a participar?

Nós tivemos conhecimento do Rise For Impact através do Movimento Transformers, ex-participantes no programa. O que nos impulsionou foi a possibilidade de validar a exequibilidade do nosso programa e de melhorar o modelo de negócio com o apoio de mentores experientes, pois acreditamos que através deste faremos a diferença nos jovens de hoje, que serão os nossos líderes do amanhã.

 

O que é, como funciona e a quem se dirige o Kickoff?

O programa de capacitação jovem Kickoff é dirigido a jovens do terceiro ciclo e ensino secundário e será implementado em escolas por todo o país. Este recorre a uma metodologia única, com duração de 3 meses, renovável, e divida em 3 etapas: a capacitação artística, a identificação de um problema comunitário e a implementação da solução criativa. Através desta metodologia, aplicada por formadores profissionais da área artística é possível reforçar capacidades transversais como a criatividade, comunicação, trabalho em equipa, gestão de projetos e problem solving.

 

Em que fase se encontra agora? Qual o feedback dos jovens participantes e dos mentores do programa?

O Kickoff está pronto a avançar para a fase de implementação do projeto piloto, pelo que ainda não temos feedback direto dos participantes. Já quanto aos futuros mentores e formadores do programa, bem como alguns potenciais clientes (autarquias e dirigentes de escolas) e parceiros já identificados, temos um feedback muito positivo que contribuiu para a validação da metodologia definida. No geral, o feedback obtido foi de reconhecimento do problema e da necessidade de disponibilizar soluções de capacitação jovem. Foi-nos ainda possível validar a possibilidade de os potenciais clientes e parceiros terem interesse em investir no programa tendo em conta os custos de implementação apresentados.

viola em cima da cama

“o Kickoff poderá ser uma ferramenta de capacitação absorvida pelo sistema nacional de ensino, atualmente frágil no desenvolvimento destas competências, particularmente a partir do terceiro ciclo, pelo facto de se focar afincadamente no desenvolvimento de competências técnicas”.

Como tem sido a vossa experiência no Rise for Impact durante os 3 meses de capacitação? Algo que possam destacar?

Como pontos positivos, destacamos o facto do Rise for Impact possibilitar uma formação prática e vários momentos de mentoria individual que por sua vez levam ao desenvolvimento mais acelerado e orientado do projeto e ao mesmo tempo dão a motivação, compromisso e confiança necessária à equipa para persistir na melhoria contínua e robustecimento do modelo de negócio. São também de destacar os contactos que o Rise for Impact possibilitou junto de entidades bancárias, potenciais financiadores, consultores e gestores de projetos de impacto com sucesso.

Este programa permite-nos sonhar mais alto, mas também, e essencialmente, adquirir ferramentas que nos permitiram passar do sonho e da vontade à prática e à realidade.

 

O que significaria para vocês vencer o Rise for Impact?

Vencer o Rise for Impact permitir-nos-á passar à fase de teste deste programa para que possamos gerar um relatório de medição do impacto testado e assim, facilitar as primeiras vendas do programa.

 

De que forma o projeto contribui para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU?

O projeto contribui essencialmente para o cumprimento de 4 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável Agenda 2030 da ONU:

Objetivo 4: Educação de Qualidade – contrariamente ao ensino regular, que é maioritariamente expositivo e que não permite aos jovens o desenvolvimento de competências transversais essenciais para o seu papel ativo na sociedade, iremos optar por uma metodologia teórico-prática (learning by doing) que os permitirá desenvolver soft skills cruciais para o seu sucesso escolar e profissional;

Objetivo 8: Trabalho Digno e Crescimento Económico – ao reforçarmos as competências sociais, de autogestão e de decisão dos jovens de hoje, estamos a contribuir para a formação de profissionais mais competentes, com pensamento crítico e com mais ferramentas para exploração do seu potencial – lacunas que têm sido identificadas pelo ensino profissionalizante;

Objetivo 10: Redução das Desigualdades – contrariamente à maioria das atividades extracurriculares de desenvolvimento de soft skills, este é um programa de livre acesso para todos os alunos que pretendam usufruir do mesmo;

Objetivo 11: Cidades e Comunidades Sustentáveis – na metodologia utilizada no programa Kickoff a 2ª e 3ª etapa visa desenvolver estímulos para a empatia social e comunitária, assim como para o empreendedorismo social. É nosso objetivo que os jovens consigam encontrar um papel nas suas comunidades e darem resposta a desafios coletivos, para construir uma sociedade mais unida, empática e sustentável.

 

Em 2025, como veem o Kickoff?

Acreditamos que o Kickoff poderá ser uma ferramenta de capacitação absorvida pelo sistema nacional de ensino, atualmente frágil no desenvolvimento destas competências, particularmente a partir do terceiro ciclo, pelo facto de se focar afincadamente no desenvolvimento de competências técnicas.

 

Descobre tudo sobre a UNDA, organização promotora do Kickoff, aqui. Fica atento/a, este mês vamos conhecer os 10 projetos que participam na aceleração e que farão o seu pitch no Demoday que decorrerá a 16 de dezembro na Casa do Impacto. A entrada é gratuita mas carece de registo prévio aqui.

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jovem em demonstração de breakdance