Descobre como as Assembleias de Transformadores Sociais estão a moldar o futuro de Portugal através do envolvimento ativo dos jovens na resolução dos problemas das suas comunidades.

Chegámos ao fim das 50 Assembleias de Transformadores Sociais, com mais de 4 mil participantes. Desde o dia 17 de janeiro até ao dia 24 de junho, a MyPolis percorreu Portugal continental, de norte a sul, e as ilhas, incluindo o Funchal e Ponta Delgada, para promover a democracia participativa.

Estas Assembleias foram uma parceria entre a MyPolis e a Comissão Comemorativa 50 Anos 25 de Abril, para reforçar a memória e enfatizar a relevância atual da Revolução para a construção e afirmação da democracia.

Foram meses intensos de trabalho no terreno, facilitando debates entre alunos do 1.º, 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário sobre a importância de, ainda jovens, identificarem os problemas dos seus territórios e usarem a criatividade para propor soluções. Além da criatividade, é incrível vê-los vencer a timidez e apresentar as suas ideias aos representantes políticos. Empoderados, desenvolvem as suas propostas, fundamentam os seus motivos e desafiam os vereadores, presidentes de Câmaras e Juntas de Freguesia a comprometerem-se a resolver os problemas.

A MyPolis, composta por 15 colaboradores, esteve envolvida desde a organização, contacto com as Câmaras, Juntas de Freguesia e professores, até à produção de conteúdo audiovisual e dinamização das Assembleias de Transformadores Sociais. A nossa gestora de projeto, Francisca Rato, dinamizadora em 11 encontros, destacou a importância das Assembleias para os alunos: “Para a maioria das crianças e jovens, é a primeira vez que podem dialogar com os representantes do seu território. Criar um ambiente onde todos/as podem ser ouvidos/as, independentemente das características individuais, é criar uma grande semente de mudança que, tenho a certeza, vai gerar frutos no futuro”.

Em termos de propostas, ao todo, 397 foram apresentadas, abrangendo diversas temáticas, como:

  • > Cuidados com o meio ambiente: os alunos em Loulé sugeriram transportes públicos sustentáveis e campanhas de sensibilização entre os alunos e a comunidade;
  • > Prevenção de incêndios: os alunos em Fundão propuseram a criação de um “kit de atuação” para orientar a população;
  • > Acessibilidades: construção de rampas em escolas, como em Sesimbra;
  • > Prevenção de conflitos: em Lisboa, os alunos sugeriram uma sala anti-stress para prevenir conflitos entre os alunos.

Estas iniciativas mostram o impacto positivo do envolvimento dos jovens na construção de um futuro melhor para as suas comunidades. Em Massamá e Monte Abraão, por exemplo, os alunos tiveram uma troca de experiências com os da Universidade Sénior. Os mais velhos estiveram na sala de aula com os jovens a pensar propostas e a apresentá-las à Junta de Freguesia.

“É uma experiência muito enriquecedora e podemos envolver diferentes gerações, os mais jovens e os mais velhos. Conhecer a realidade e o olhar desses alunos são iniciativas importantes para reforçar o papel e a participação deles”, reforçou o Presidente da Junta de Massamá e Monte Abraão (UFMMA), Pedro Brás.

 

Espaço para o diálogo

Na Assembleia de Loures, foi possível ver alunos que discordavam das ideias entre si, mas que, mesmo assim, mantiveram o diálogo e construíram um debate saudável.

“O dia é sempre muito bom e interativo. Nós, alunos, temos contacto com assuntos relevantes e é ótimo ter alguém da Câmara que nos possa ouvir quando relatamos os nossos problemas”, disse Mariana, aluna do ensino secundário em Loures.

Estamos empenhados em envolver os jovens, promover a democracia participativa e incentivá-los a serem agentes de mudança. Convictos de que, através destas iniciativas, não só cultivamos a cidadania ativa, mas também preparamos as novas gerações para construírem um futuro mais justo, sustentável e inclusivo para todos.

Para o próximo ano, estamos entusiasmados em continuar a promover a democracia participativa, não só em Assembleias, mas também através de outros encontros e jogos em sala de aula. Estamos a pensar em novos projetos para que cada vez mais os 50 anos da Democracia portuguesa possam ser celebrados.

 

Como funciona uma Assembleia de Transformadores Sociais?

Em contacto com o jogo e a didática desenvolvidos pela MyPolis, os professores em sala de aula convidam os alunos a identificarem os problemas nos seus territórios, dentro e fora da escola, e a serem criativos ao imaginarem quais soluções seriam possíveis para os resolver.

 

Apresentar aos representantes políticos as suas ideias

Nas Assembleias de Transformadores Sociais, os alunos apresentam propostas e recebem ‘feedback’ através do jogo da Assembleia, em que os representantes podem jogar uma de quatro cartas de ‘feedback’:

  • >É Possível”;
  • > “Não é Possível”;
  • > “É para Modificar”;
  • > “Vamos Conversar”.

As propostas também são votadas para eleger as mais prioritárias. A partir disto, algumas propostas avançam para implementação.

Neste ano letivo, 31 propostas já foram implementadas e cerca de 25 estão em implementação em vários territórios. Mais de 250 propostas submetidas na MyPolis já foram postas em prática por jovens e os seus representantes nos últimos anos.”

 

MyPolis

 

Nota da Casa do Impacto: No contexto da celebração dos 50 anos de 25 de abril, desafiámos o Fundador e CEO da MyPolis, Bernardo Gonçalves Branco, a escrever sobre esta data tão importante na história do nosso país. A MyPolis prometeu e cumpriu: 50 Assembleias depois, perpetuaram os valores de abril, generalizaram os conceitos de Participação Cívica e Literacia Democrática no contexto escolar e promoveram a participação ativa dos jovens que, após observação crítica do território, procuraram soluções que resolvessem os problemas encontrados. Muitos parabéns, MyPolis!

Lê o artigo do Bernardo, aqui.

 

Missão cumprida, 25 de abril é sempre que alguém continuar a lutar!

 

Foto: Américo Simas, CML

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