Neste Dia Mundial da Bicicleta, frisamos a importância deste meio de transporte como forma de promover pessoas, cidades e comunidades mais saudáveis e sustentáveis – um dos ODS das Nações Unidas. Para a reflexão e criação de uma cidade mais verde e sustentável, têm também contribuído os projetos: Cycle AI, Shifter e CicloExpresso – residentes na Casa do Impacto.
Sabias que metade da população mundial (3,5 biliões de pessoas) vive em cidades e que esse número deverá aumentar para 5 biliões até 2030? Que se dará uma expansão urbana global de 95% nas próximas décadas? Que 828 milhões de pessoas ainda vivem em bairros degradados, a maioria deles situados no Leste e Sudeste da Ásia? Que as cidades ocupam apenas 3% do território global, contudo são responsáveis por 60-80% do consumo de energia e 75% das emissões de carbono? Que as cidades são responsáveis por 60 a 80% do consumo de energia e que geram até 70% das emissões de gases de efeito estufa?
São estes os dados que concernem a ONU e projetam a necessidade de criação de soluções no sentido de atingir o ODS11 – criar Cidades e Comunidades resilientes e sustentáveis. É necessário e urgente tornar as cidades e as comunidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis até 2030, nomeadamente através da melhoria da mobilidade urbana, criando acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis, sustentáveis e a preços acessíveis para todos e reduzindo assim o impacto ambiental negativo per capita.
Lisboa tem feito um trabalho crescente na melhoria da mobilidade urbana, nomeadamente através do aumento do número de ciclovias e de bicicletas partilhadas. Na comunidade da Casa do Impacto encontramos também projetos com soluções que trabalham no sentido de melhorar a mobilidade e o espaço urbano.
Seja o Shifter através do diálogo sobre a mobilidade e espaço público, o CicloExpresso através da promoção de mobilidade sustentável ou o Cycle AI da criação de rotas mais seguras, confiáveis e ao alcance de todos.
A reflexão sobre os desafios da mobilidade e espaço público foram abordados pelo Shifter no primeiro de vários Encontros Com Impacto , um ciclo de reflexão a decorrer na Casa do Impacto. Este primeiro encontro Cidades do Futuro, contou com um painel de especialistas numa conversa moderada por João Gabriel Ribeiro, Co-fundador, Director & Jornalista da Shifter. A propósito deste encontro, também Co-fundador & Jornalista do Shifter, Mário Rui André, escreveu “As cidades do futuro não têm carros voadores, mas pessoas felizes. O atual modelo de desenvolvimento urbano tem-se mostrado insustentável do ponto de vista social, ambiental e económico”.
Segundo ele, as cidades do futuro terão um ambiente urbano, humano e inclusivo, onde as pessoas circulam em segurança, sem condicionamentos de transporte e onde haverá liberdade e segurança para optar pela bicicleta porque as ruas serão calmas, seguras e com ciclovias nas principais avenidas para deslocações utilitárias ou recreativas entre bairros.
“(…) A forma como nos movemos e como estamos na cidade, determina a forma como nos relacionamos com o espaço e uns com os outros. Só tirando as pessoas dos carros, esse símbolo do individualismo, e trazê-las para a rua, é possível promover estes contactos, promovendo comunidades e relações. (…) As cidades do futuro podem ser as cidades de hoje. Já o são em muitos países, por cá estamos à distância da mudança de mentalidades do futuro.” acrescenta ainda.
Já o CicloExpresso é o projeto de mobilidade urbana, recentemente acolhido na Casa do Impacto. Apoiado em Lisboa pela Câmara Municipal de Lisboa no âmbito do Programa de Mobilidade Escolar, vai agora poder aumentar o seu raio de atuação a nível nacional, através do financiamento do Fundo +Plus da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa!
O CicloExpresso nasceu em 2015 “pelo pé” de um pai que quis contribuir para que mais crianças pudessem ir de bicicleta para a escola. Obtendo o apoio institucional da Junta de Freguesia local e da Associação de Pais da Escola Parque das Nações, o primeiro comboio partiu a 25 de maio e teve logo nesse dia a adesão de 12 crianças. No início de 2017 foi criado o segundo CicloExpresso para a Escola Básica das Barrocas em Aveiro e atualmente já são seis, as linhas que atuam entre Lisboa e Aveiro! A sua missão é promover a mobilidade sustentável para a escola de forma divertida e segura, contribuindo para a autonomia e saúde das crianças.
Organiza “comboios”, ou seja, grupos de crianças que se deslocam de bicicleta para a escola, acompanhadas por adultos e monitores em percursos e horários definidos. É gratuito! Promovido em Lisboa pela Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito do Programa de Mobilidade Escolar e futuramente noutros locais do país através do Fundo+Plus. É seguro! As crianças são acompanhadas por membros da equipa CicloExpresso e outros voluntários da comunidade (num mínimo de 1 monitor por cada 4 crianças).
No passado dia 1 de junho, Dia Mundial da Criança, o CicloExpresso lançou todas as linhas de comboios de bicicletas de Lisboa em simultâneo, um recorde de presenças diário, com mais de 100 crianças e 30 pais! Este é um recorde que vai agora poder ultrapassar, aumentando o número de comboios por todo o país, através do financiamento obtido pelo Fundo+PLUS. O CicloExpresso só precisa de saber onde!
Queres saber mais sobre o CicloExpresso ou sugerir onde deveria existir mais um comboio de bicicletas?
A Cycle AI foi uma das 10 equipas que avançaram recentemente para a fase de aceleração do Triggers, o programa de aceleração da Casa do Impacto desenhado para desafiar todos os que têm preocupações ambientais e uma mentalidade empreendedora.
Fundada em outubro de 2020, a Cycle AI tem a missão de capacitar ciclistas para a sua segurança, através da inteligência artificial. A mobilidade ativa é de extrema importância para as cidades sustentáveis do futuro e a Cycle AI coloca as rotas mais seguras e confiáveis ao alcance de todos. Através do recurso a inteligência artificial pretende contribuir para diminuir a taxa de atropelamento de ciclistas, recorrendo a algoritmos que ajudam a mapear pontos de riscos, colocando assim nas mãos dos utilizadores da bicicleta a melhoria da sua própria segurança.
Já alcançou vários marcos e esteve presente em eventos relevantes:
- > Venceram o European Cyclists’ Federation Hackathon
- > Participaram no Velo-City 2021 Lisbon
- > Venceram o BET/AWS University Challenge
- > Venceram o AML/BGI Lisbon Challenge
- > Através do Building Global Innovators e da Área Metropolitana de Lisboa, puderam implementar o projeto na capital lisboeta.
- > Apresentaram a Bikeable (perception calculator of cyclists’ risk) no XVII Congresso Ibérico Bicycle and City
- > Venceram o Aveiro 5G Challenges Awarded
- > Presentes na Web Summit 21 como IMPACT startup no ALPHA programme
- > Distinguidos pela WSA Young Innovators como “young social entrepreneurs under 26 years of age to take action on the United Nations SDGs.”
Junta-te ao movimento!
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