Acorde Maior, ImpactOn e Skizo são os finalistas da primeira edição do RISE for Impact, programa de aceleração para startups de impacto social e ambiental da Casa do Impacto, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Para além de incubação no Hub, os projetos recebem um total de 10.5 mil euros para investir no desenvolvimento e implementação das suas soluções. O vencedor conhece-se em fevereiro.

Mariana Duarte Silva, fundadora do Village Underground, e Ana Rocha, advogada e mentora, são finalistas com o projeto Acorde Maior. Trata-se de uma escola de música em horário extracurricular com foco no ensino e divulgação da cultura e música urbana e contemporânea, onde se promove a diversidade e inclusão. Mariana diz que “o RISE foi essencial no desenvolvimento de negócio do acorde maior. Chegámos com uma ideia de escola e alguma experiência de campo, mas no RISE passámos do sonho à realidade dos números e do mercado. Mas o melhor foi mesmo a quantidade de talento, criatividade, empenho e diversidade que chega das diferentes nacionalidades, todos juntos a trabalhar para o mesmo objetivo. Em 20 anos de projetos, nunca estive tão bem acompanhada e motivada”.

A ImpactOn, também finalista, analisa e seleciona projetos de impacto já existentes e, em conjunto com os seus fundadores, ajuda-os a convertê-los em projetos adaptáveis e acessíveis para outros empreendedores implementarem num outro contexto local. Numa equipa já composta por quatro elementos, Meg Pagani é a fundadora e diz que “os desafios estruturais e a economia de impacto não conhecem fronteiras, mas faz toda a diferença onde se querem fixar. Na ImpactOn encontrámos na Casa do Impacto a localização que sonhávamos, porque se trata de muito mais do que um espaço. O mindset, os valores e a comunidade são o solo perfeito para todos os projetos nascerem e crescerem de forma a servir estas economias a nível nacional e internacional, enquanto trabalhamos no compromisso de encontrar e espalhar a nossa mensagem”.

Andreia Coutinho e André Facote fundaram a Skizo, que transforma plástico recolhido dos oceanos em sapatilhas personalizadas e fabricadas em Portugal, com as melhores técnicas e materiais disponíveis. “Sou empresário há 14 anos, mas nos últimos dois meses aprendi mais de negócio e de como o estruturar, do que em todo o meu percurso anterior. Esta aprendizagem já se está a refletir na Skizo, que atingiu há duas semanas o objetivo que tínhamos traçado para o ano, com a venda de mais de cem pares de sapatos.”, diz André.

A decisão baseou-se na prestação de cada um durante o programa e na apresentação do pitch dos dez projetos participantes, num Demo Day que contou com Elena Duran, empreendedora e fundadora da 55+, Francisco Miranda, empreendedor e fundador da SpotGames, Inês Sequeira, Diretora da Casa do Impacto, Joana Rocha, Investment Manager na Portugal Ventures, e João Borga, Diretor da Startup Portugal como jurados.

O RISE for Impact é destinado a projetos que promovam inovação na resolução de problemas e necessidades sociais e ambientais, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas.

Teve início em junho deste ano e consistiu em três fases: 32 projetos e ideias de 89 candidaturas participaram num bootcamp de 3 dias; destes, dez foram selecionados para a fase de capacitação, com dois meses de duração, com mais de 140 horas de formação e workshops; e, por fim, a incubação até fevereiro de 2020, onde apenas se consideram os três finalistas, com acesso a espaço de trabalho e mentoria customizada e um prémio de 1.5 mil euros para cada. No final deste período será efetuada a apresentação dos três projetos finalistas, em sessão pública e presencial, para a atribuição de prémios: 3 mil euros para o primeiro lugar, 2 mil euros para o segundo e mil euros para o terceiro classificado, o que perfaz o total de 10.5 mil euros atribuídos pelo RISE. No decorrer dos seus eixos de capacitação e incubação, a Casa do Impacto faculta ainda uma bolsa mensal para o desenvolvimento do projeto aos projetos que participaram na fase de capacitação e incubação.

Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto, não esconde o entusiasmo: “Estimulámos uma geração de novas ideias e a sua transformação em soluções mais robustas e financeiramente sustentáveis. Reunimos as condições para que os participantes colocassem os seus projetos à prova, nas várias fases do projeto, e demos mais um passo para impulsionar o pipeline de projetos de impacto em Portugal. Durante os próximos 4 meses, os projetos finalistas vão aperfeiçoar os seus negócios junto de uma comunidade experientes, com vários projetos de sucesso, com o apoio de mentores e consultoria dedicada na Casa do Impacto – Hub onde trabalhamos diariamente para impulsionar o crescimento de projetos de impacto, com níveis de maturidade diferentes”.

A próxima edição do RISE for Impact deverá acontecer nos mesmos períodos de 2020/21, com candidaturas a abrir em abril, no site da Casa do Impacto. “Pretendemos chegar aos empreendedores mais motivados, com sentido de missão e com propostas que promovam soluções inovadoras na resolução de problemas e necessidades sociais de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.”, conclui Inês Sequeira.

sala do rise for impact