Christopher Storey é o founder da parceria entre a GhostNetWork e a Sea Shepherd em Portugal, a mais recente residência na Casa do Impacto.

A GhostNetWork, uma ONG que se dedica a proteger e limpar os oceanos, através da captura de redes de pesca abandonadas em profundidade (as chamadas redes fantasma), bem como de outras engrenagens de pesca descartadas, promove também a colaboração entre organizações com a mesma missão e com stakeholders ligados à indústria de reciclagem de plástico. Com vista à promoção de um maior impacto ambiental, tem a ambição de criar uma comunidade que una as mentes com drive para o impacto, de vários setores, com o objetivo de potenciar a economia circular.

A Sea Shepherd é uma organização não governamental que trabalha juridicamente, fazendo cumprir, fortalecendo e desenvolvendo leis, acordos, politicas e práticas em todo o globo, pela defesa da vida marinha.  A sua equipa principal é constituída por vários advogados que apoiados por vários parceiros e conselheiros científicos, investigadores, programas ambientais de institutos académicos e oficiais do governo, trabalham em conjunto para proteger eficazmente a vida marinha selvagem e os seus habitats naturais.

 

FOUNDERS DE IMPACTO | ODS 14 – Proteger a vida marinha

( 4 min read)

 

A residência na Casa do Impacto é referente à parceria da Sea Sheperd com a Ghost Network . Esta parceria surgiu no âmbito do objetivo da Ghost Network em criar uma rede de parceiros de missão?

Sim, eu criei a Ghostnetwork  (GNW) durante o processo de implementação da Sea Shepherd em Portugal, sendo que a Ghostnetwork é o meu projeto pessoal, e a Sea Shepherd Global o movimento global que trouxe até Portugal.

 

Como é que estas duas organizações se complementam e qual será a sua atuação conjunta em concreto?

A Sea Shepherd Global irá lançar uma nova campanha no mar Mediterrâneo, na qual a Ghost Network irá colaborar com uma série de iniciativas de captura de redes de pesca em abandono a grandes profundidades, bem como de outros plásticos.

 

Quais os problemas identificados pela vossa parceria em Portugal e que respostas concretas foram definidas?

Portugal é o segundo país da europa com maior consumo de peixe, fazendo com que muitos tubarões, golfinhos e outras espécies marinhas acabem por ser capturadas acidentalmente nas artes de pesca.

 

Que impacto é que tem tido em Portugal, a campanha “Fim à comercialização de barbatanas de tubarão na europa”?

Nesta campanha de grande impacto na Europa, são exemplos Portugal e França por já terem atingido a quota (de assinaturas necessárias*), um exemplo que esperamos que seja seguido pelos restantes países. Têm sido realizados muitos esforços neste sentido, tanto pela Sea Shepherd como por outras iniciativas em Portugal.

Procedimento da Iniciativa de Cidadãos Europeus – Para ser validada, uma iniciativa de cidadania europeia deve reunir pelo menos um milhão de assinaturas no total e atingir um limiar para, pelo menos, sete Estados-Membros. Estes limiares correspondem ao número de deputados do Parlamento Europeu eleitos em cada Estado-Membro, multiplicado por 750.

Peixes no mar junto a plásticos

“Procuramos por todos os voluntários que queiram ajudar a espalhar a mensagem e estamos sempre a precisar de ajuda, sendo que todas as competências são bem-vindas!”

Que outras ações estão já a acontecer ou têm planeadas?

Em breve será lançada uma nova campanha em Portugal, no sentido de reunir data sobre encalhamentos/arrojamentos marinhos*. Também estamos a realizar limpezas de praias de norte a sul de Portugal.

Um encalhamento ou arrojamento ocorre quando um animal marinho encalha na costa sem conseguir regressar à água pelos seus meios. Os arrojamentos de animais mortos são mais frequentes, englobando variadíssimos grupos, tais como cetáceos, tartarugas marinhas e aves marinhas, podendo encontrar-se em maior ou menor estado de decomposição.

 

Qual é a relação que existe com a Gaia Impact Ventures?

Esta é a minha companhia “for profit”, que atua no sentido de trazer para Portugal startups “verdes” que aqui se queiram implementar. Estamos também no processo de criação dos nossos próprios equipamentos de reciclagem de redes de pesca e outros plásticos. Teremos mais novidades em breve.

 

O website da Ghost NetWork refere que o projeto está em fase de prototipagem e que está de momento a recrutar pessoas para a sua equipa. Que tipo de perfil procuram?

Sim, o piloto é suposto arrancar no porto de Setúbal em breve. A plataforma irá ser transformada numa plataforma comunitária, que também irá arrancar muito em breve. Procuramos por todos os voluntários que queiram ajudar a espalhar a mensagem e estamos sempre a precisar de ajuda, sendo que todas as competências são bem-vindas!

 

Que expectativas têm da vossa integração na comunidade da Casa do Impacto?

Esperamos fazer network, aprender e também partilhar conhecimento.

 

Queres deixar-nos alguma sugestão de filme, livro, etc., relacionado com o vosso trabalho e com o ODS 14 – Proteger a vida marinha?

Os documentários “SeaSpiracy”, “My Octopus Teacher” e “Sea of Shadows” que podem ser vistos na Netflix e ainda o livro “The Soul of an Octopus”.

 

Founders de Impacto entrevista os empreendedores e fundadores das startups e dos projetos residentes na Casa do Impacto, cuja missão se alinhe com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) trabalhado em cada mês.

 

*(nota Casa do Impacto)

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Peixes no mar junto a plásticos