Entramos na reta final do período de capacitação do Rise for Impact e convidamos os 10 participantes a fazerem uma retrospetiva do seu percurso até agora. A 16 de dezembro vamos conhecer os três finalistas do programa que entrarão na fase de incubação, que os levará até ao prémio final, num evento a não perder (mais informação brevemente no Facebook da Casa do Impacto)!

Na entrevista de hoje, fica a conhecer a Actif, uma startup que surgiu da necessidade de melhorar a qualidade de vida, física e cognitivamente, da população sénior.

 

 

Como surgiu a ideia de criação da Actif?

Há muitos anos que me interesso pela área do envelhecimento, promovido pelo facto da minha avó ter sido diagnosticada com Alzheimer e eu ter acompanhado de perto o processo de declínio físico e cognitivo. Desde o período em sua casa, até à passagem por centros de dia até à sua institucionalização em ERPI (Estrutura Residencial para Idosos). Em Novembro de 2020, conheci o Dami, o nosso atual CTO, que também tinha uma relação muito forte com o tema do envelhecimento nas suas experiências passadas. Percebemos que faltam ferramentas para este público e, ao contrário do que muitas pessoas pensam, muita parte da população considerada idosa (+65 anos) utilizam tecnologias e procuram soluções para se tornarem mais saudáveis.

A nossa solução passa pela disponibilização de conteúdos curados e personalizados a cada indivíduo que pode ser utilizada pelas próprias pessoas e também por profissionais de instituições, que utilizam a nossa plataforma para pouparem tempo na preparação das atividades e aumentarem a eficácia das suas intervenções.

 

Como tiveram conhecimento do Rise for Impact? O que é que vos impulsionou a participar?

A Casa do Impacto é uma referência no mundo do empreendedorismo social, desde que iniciamos este projeto andamos atentos às oportunidades que existem. Os timings do Rise for Impact fizeram sentido para o nosso estágio e esperamos que esta relação com a Casa do Impacto e SCML seja apenas o início!

Sabemos que a SCML poderá ser um parceiro onde poderemos não só validar a nossa solução do ponto de vista técnico, tal como potenciar o impacto que podemos ter, pela latitude de serviços e número de pessoas que atualmente a SCML serve, e ainda, servir de referência para outras instituições no país que queiram vir a implementar a nossa solução.

 

O que é, como funciona e a quem se dirige a Actif?

A Actif tem como missão promover um envelhecimento mais ativo e mais saudável. Envelhecer é um processo que nem sempre é encarado positivamente, perdemos as nossas capacidades e isso pode ser difícil de aceitar. Desenvolvemos uma plataforma com planos personalizados para adultos de idade avançada com exercício físico e de estimulação cognitiva, que são fáceis de utilizar, por via de vídeo e não requerem grandes competências tecnológicas. Um dos próximos passos é a adaptação para televisão para ser ainda mais acessível para pessoas com baixa literacia digital.

A nossa solução numa primeira fase está direcionada para cuidadores profissionais como técnicos de ERPIs, centros de dia e centros de ação social, que devido à complexidade da operação e heterogeneidade da condição dos seus utentes, têm dificuldade em dinamizar planos de atividades que sejam interessantes para os utentes e, mais importante, eficazes. Com a nossa solução, têm disponíveis materiais que são desenhados para o aumento da participação deste público através de estratégias psicológicas e a recomendação com base nas condições de saúde e interesses do grupo, aumentando a eficácia da intervenção e os resultados de saúde.

 

Em que fase se encontra agora?

Estamos numa fase de validação da nossa solução no mercado. Estamos também ainda a desenvolver o nosso sistema de recomendação de plano de atividades baseado nas condições de saúde, interesses e motivações da pessoa. No futuro, pretendemos também incluir dados de monitorização de saúde para aumentar as capacidades do nosso sistema ao nível da recomendação.

 

Como tem sido a vossa experiência nestes 3 meses de capacitação? Algo que possam destacar?

Tem sido incrível! Começando pelo programa de mentoria, que nos faz pensar em todas as componentes fundamentais do nosso negócio como validação do problema, estratégia de vendas, marketing, recursos humanos, obtenção de fundos e gestão financeira. Além desta componente importantíssima, uma coisa que valorizamos muito é a partilha com outros empreendedores que também passam pelos mesmos desafios. E claro, fazer parte da incrível comunidade de impacto que tem vindo a crescer, onde temos oportunidade de participar em eventos e encontrar oportunidades de negócio e investimento.

A Actif reclama o título de “Netflix saudável para seniores”, podem partilhar connosco o feedback que têm recebido de utilizadores da plataforma?

Por parte das instituições, temos recebido um feedback muito positivo que é uma ferramenta muito útil, que poupa tempo aos técnicos que têm pouca disponibilidade horária, mental e emocional para continuar a preparar novas atividades. Após utilização da plataforma, também dizem que é muito intuitiva e que os utentes gostam muito de ter novas atividades e dos conteúdos que fornecemos. Do lado dos indivíduos, muitos nos têm dito que sentem que não existem alternativas para a sua idade, outros deixaram de frequentar aulas presenciais por risco do COVID e, por isso, sentem que a solução que trazemos é muito benéfica, pela acessibilidade e adaptação dos conteúdos a cada pessoa.

Aquilo que pretendemos é trazer conteúdos de entretenimento que ao mesmo tempo promovam hábitos saudáveis, aumentando assim a participação e motivação dos utilizadores em exercícios físicos e cognitivos. Ao contrário da abordagem gamificada e competitiva, que gera frustração e não dispõe da componente humana, optamos por utilizar conteúdos que são familiares a este público e ao mesmo tempo saudáveis, criando assim a “Netflix saudável”.

 

O que significaria para vocês vencer o Rise for Impact?

Seria mais um passo na validação do nosso projeto e a oportunidade de continuar a trabalhar de perto com a Casa do Impacto e SCML. Naturalmente, também trará mais visibilidade ao nosso projeto a nível de potenciais clientes, evangelistas e investidores.

 

De que forma o projeto contribui para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU?

O nosso projeto promove um estilo de vida mais saudável e o bem-estar de todas as pessoas independentemente da sua idade, alinhado com o ODS 3 – vida saudável.

 

Em 2025, como vêem a Actif?

Prevemos um impacto a nível internacional, não só que a nossa solução chegue a milhares de pessoas e centenas de instituições em Portugal, mas também que consiga expandir a sua abrangência para os restantes países do mercado Europeu e LATAM. Queremos ser uma B-Corp e definir estratégias de ESG que nos permitam não só ter impacto a nível externo, mas também interno, garantindo a igualdade de oportunidades entre trabalhadores, uniformidade de recompensas financeiras e também um grande equilíbrio profissional e pessoal, garantindo a qualidade de vida dos nossos colaboradores.

Estaremos incluídos em projetos de investigação e campanhas de sensibilização para promoção de hábitos saudáveis, que permitirão a evolução da nossa solução no mercado e a partilha da nossa visão com adultos de idade avançada, famílias e profissionais. Seremos a ferramenta referência para acompanhar e apoiar esta jornada que todos enquanto vivermos iremos passar, que é impossível de evitar e que será tendencialmente cada vez mais longa.

 

Descobre tudo sobre a Actif aqui. Fica atento/a, este mês vamos conhecer os 10 projetos que participam na aceleração e que farão o seu pitch no Demoday que decorrerá a 16 de dezembro (mais informação brevemente no Facebook da Casa do Impacto).

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