A Casa do Impacto promove o desenvolvimento de soluções inovadoras com impacto ambiental. Hoje falamos sobre a Forest Impact, a startup residente na Casa que planta Tiny Florests (pequenas florestas) e relembramos outros projetos selecionados pelo Triggers, Fundo+Plus e The Earthshot Prize.

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Hoje, dia 21 março, celebra-se o Dia Internacional das Florestas, uma data comemorada anualmente, desde 2013, por deliberação da Organização das Nações Unidas. O tema deste ano é “FLORESTAS: consumo e produção sustentáveis” que alerta para a importância de proteger a vida terrestre e de garantir uma produção e consumo sustentáveis, objetivos de desenvolvimento sustentável (15 e ODS 12) da Agenda 2030 da ONU.

O objetivo é abordar a forma como a inovação baseada nas florestas, a eficiência na utilização dos recursos, os produtos florestais e os serviços ecossistémicos, podem contribuir para um estilo de vida sustentável e acelerar a transição para um consumo e uma produção mais sustentáveis. O mundo enfrenta atualmente desafios sem precedentes, e as alterações climáticas encontram-se entre os mais prementes de todos. Estes desafios ameaçam o bem-estar das pessoas e do planeta e exigem uma ação imediata na criação de soluções inovadoras.

As comemorações deste ano juntam a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a União Internacional de Organizações de Pesquisa Florestal (IUFRO) e o Congresso Mundial do IUFRO 2024 e a Universidade Sueca de Ciências Agrícolas (SLU). Podes assistir ao evento ao vivo na webtv da ONU!

 

8 mensagens da ONU sobre as Florestas:

  1. O sector florestal gera empregos para pelo menos 33 milhões de pessoas e os produtos que vêm das florestas são usados por biliões. Estima-se que mais da metade da produção económica mundial (o PIB – Produto Interno Bruto) dependa de serviços do ecossistema, parte deles fornecidos pelas florestas e que mais de metade da população mundial recorra a produtos florestais para apoiar seu bem-estar e subsistência.
  2. As florestas são essenciais à saúde do planeta e ao bem-estar humano. Cobrindo perto de um terço da superfície terrestre do planeta, as florestas fornecem bens como madeira, combustível, alimentos e forragem, além de ajudarem a combater os efeitos das alterações climática, a proteger a biodiversidade, os solos, os rios e reservas hídricas e sendo espaços que proporcionam a ligação das pessoas à natureza.
  3. O uso sustentável dos produtos florestais promove o avanço para uma economia com base em materiais renováveis, reutilizáveis e recicláveis. A madeira é uma matéria-prima com diversas finalidades e com menor impacto ambiental do que outros materiais, podendo ainda ser usada, reutilizada e reciclada, assim tendo uma vida útil prolongada e com menos pegada ecológica.
  4. Aumentar a utilização de produtos provenientes da floresta contribui para a neutralidade carbónica. A ciência e a inovação têm revelado a possibilidade de desenvolvimento de novos produtos derivados da madeira e da fibra das árvores, tais como têxteis, alimentos, materiais de construção, cosméticos, bioquímicos, bioplásticos e medicamentos. A substituição de materiais menos sustentáveis por madeira e produtos derivados ajuda a reduzir a pegada carbónica.
  5. A madeira proveniente de fontes sustentáveis é uma matéria-prima fundamental para tornar as cidades mais eco-friendly. A inovação tem viabilizado a aplicação da madeira em infraestruturas e edifícios, promovendo cidades mais verdes, pela sua capacidade de armazenamento de carbono. A sua utilização obtém menores gastos energéticos em comparação com a produção de outros materiais de construção. Nota que o sector da construção é responsável por quase 40% das emissões de gases com efeito de estufa globais.
  6. As florestas são essenciais para a produção sustentável de alimentos. Os serviços dos ecossistemas florestais – como a manutenção da biodiversidade, a polinização e a regulação do clima, da água e da qualidade do solo – são essenciais para a sustentabilidade dos sistemas agroflorestais e para a alimentação da população mundial (em crescimento). Estima-se também que mais de três quartos das famílias em zonas rurais sejam dependentes de produtos silvestres (pesca, caça, apanha de frutos silvestres e cogumelos) que existente em áreas florestais e ambientes naturais.
  7. É urgente travar a desflorestação e degradação. O planeta perdeu, desde 1990, um total de 420 milhões de hectares de floresta – uma área maior do que o território da Índia – e a desflorestação, ligada principalmente à expansão das monoculturas, continua a reduzir a floresta em cerca de 10 milhões de hectares por ano. A gestão sustentável das florestas é fundamental para reduzir a desflorestação e promover a restauração ambiental, sendo que em simultâneo gera trabalho e fornece materiais renováveis.
  8. A escolha deve passar por produtos lenhosos de origem legal e sustentável. Os consumidores podem contribuir para a sustentabilidade das florestas ao escolherem produtos com selos que confirmem a proveniência de fontes legais e sustentáveis.
copas de árvores e céu limpo

Forest Impact, a startup residente na Casa do Impacto desde 2021, cuja missão é plantar “pequenas” florestas em zonas urbanas de Portugal, sob o desafio das mudanças climáticas, o aumento sistémico das temperaturas e da frequência e intensidade das ondas de calor.

Mas o que são pequenas florestas ou Tiny Forests? São densas florestas nativas, mas de rápido crescimento, aproximadamente do tamanho de um campo de ténis (200 m2) e que podem prosperar tanto em ambiente urbano como não urbano, seguindo a metodologia desenvolvida na década de 70 pelo botânico Prof. Akira Miyawaki. A Forest Impact ressalva a importância das florestas na adaptação às mudanças climáticas (proteção durante inundações, evitamento de ilhas de calor e captura CO2), e na captação e proteção de ecossistemas e espécies de animais, como borboletas, pássaros, abelhas, pequenos mamíferos, e inclusive seres humanos.

A Forest Impact afirma serem várias as vantagens de plantar pequenas florestas, tais como:

  • Serem de rápido crescimento – até 5 vezes mais rápido do que árvores tradicionais de uma única espécie de plantio.
  • Captarem biodiversidade – podendo atrair até 500 variedades de espécies de animais e plantas.
  • Capacidade de absorção de carbono – podendo capturar até 30 vezes mais CO2 do que operações tradicionais de plantio de árvores após 4 anos.
  • Reduzirem a poluição do ar – as plantas são filtros naturais que ajudam a melhorar qualidade do ar local.
  • Serem “buffers” acústicos – podendo proporcionar uma absorção de ruído significativa.
  • Propiciarem um clima mais resiliente – podendo processar cerca de 30.000 litros de chuva e assim ajudarem a reduzir o risco de inundações locais; e ainda reduzindo a temperatura local e assim cooperando para mitigar o efeito das ondas de calor nas cidades.
  • Impacto positivo na saúde mental – propiciam sensações de bem-estar a longo prazo.

 

Que serviços oferece?

  • Ferramentas para que os governos locais possam mitigar os efeitos climáticos em áreas urbanas, ao mesmo tempo que, valorizam terras abandonadas ou subutilizadas.
  • Teambuilding para empresas. Uma forma das empresas promoverem ações sustentáveis entre equipas e com clientes, através do plantio de pequenas florestas.
  • Uma forma dos locais se reconectarem com a natureza e dela beneficiarem.

 

Como funciona?

  • Através de parcerias com o setor público e privado, no sentido de identificar terra não utilizada/ subutilizada, com possibilidade de ser regenerada e valorizada.
  • Colaborando com governos locais na procura de oportunidades para promoção de ações sustentáveis, no sentido de mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
  • Criando parcerias com empresas que queiram contribuir com terras e/ou fundos para a criação da Pequenas Florestas.
  • Trabalhando com escolas para a criação de projetos escolares e/ou atividades para crianças de todas as idades.
  • Cooperando com urbanistas, sector imobiliário e arquitetos que estejam dispostos a criar espaços urbanos sustentáveis e cidades mais resilientes.

 

Pequenas florestas ao redor do mundo. Desde 2015 que várias Tiny Forests foram plantadas com sucesso em muitos países, alcançando não apenas um incrível impacto ambiental, como envolvendo também centenas de cidadãos da Bélgica, Reino Unido, França, Canadá, Índia, Japão, Paquistão, Holanda, Irlanda, Itália, Líbano, EUA, Chile, entre outros.

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GoParity, AniMob, Naandi Regenerative Agriculture Hubs, AirCO2, Carbono Biodiverso da Associação Verde – outras 5 soluções focadas na preservação das florestas, com selo Casa do Impacto.

  • > Comunidade: A GoParity, reside na Casa desde 2019, é a plataforma de investimento em projetos de sustentabilidade que promove o alargamento do acesso a oportunidades e a partilha dos benefícios (financeiros, sociais e ambientais).

 

  • > O TRIGGERS, programa de aceleração que estimula a geração de novas ideias e a sua transformação em soluções sustentáveis, selecionou a AniMob – uma solução para a área agroalimentar e florestal, que oferece um serviço de partilha de terras e gado, através da formação de “pastores modernos” especializados que se encarregam da mobilidade animal. O pastoreio dirigido e regenerativo permitirá a criação de uma gestão única e comum das terras e dos animais, que por sua vez contribuirá para reduzir os custos de produção, prevenir os incêndios florestais, reter carbono e aumentar a resiliência dos solos.

 

  • > Na 7ª edição do Santa Casa Challenge foi a AirCo2, um dos 10 projetos selecionados. Uma solução chave na mão para calcular, reduzir e compensar a pegada de carbono.

 

  • > A 2ª edição Fundo+Plus, Eixo Testing, selecionou para financiamento, o projeto Carbono Biodiverso da Associação Verde. “Sabias que em média, o estilo de vida de um português representa 5 toneladas de carbono libertadas por ano para a atmosfera?” – o Carbono Biodiverso deixa-te a sugestão de poderes compensar as tuas emissões de carbono através do financiamento para a preservação de grandes árvores anciãs, que oferecem serviços de ecossistema que são essenciais à vida. Só desde 2017, já desapareceram mais de 450 destas árvores e é por isso urgente cuidá-las e preservá-las. A solução de compensação de pegada carbónica que oferece, baseia-se num sistema de subscrição que consiste num donativo feito mensalmente. Este pagamento financia um conjunto de ações no terreno levadas a cabo, nomeadamente: preservação de árvores, ou Gigantes Verdes, em particular através da atribuição de um subsídio aos proprietários destas estruturas, a que apelidamos de Cuidadores e a criação e restauração de novas áreas e estruturas para sequestro de carbono, em particular através da plantação de árvores.

 

  • > O Earthshot Prize convidou a Casa do Impacto para ajudar no processo de seleção desta primeira edição. Assim, a Casa do Impacto selecionou a Naandi Regenerative Agriculture Hubs, uma rede nacional (Índia) de Centros de Agricultura Regenerativa que apoia pequenos agricultores a fazer uma agricultura lucrativa com zero uso de produtos químicos e menor pegada de carbono.

 

Últimas notícias sobre as florestas:

Em 2021, um novo parâmetro passou a medir o papel da natureza nos índices de prosperidade económica e de bem-estar social das populações. Este novo parâmetro, chamado de Sistema de Contabilidade Económico-Ambiental – Contabilidade de Ecossistema, passou ainda a assegurar o reconhecimento e inclusão do capital natural das florestas, pântanos e outros ecossistemas nos relatórios económicos. Os índices de medição tradicionais, tais como o PIB “que dominou a medição do crescimento económico por mais de sete décadas”, deixaram de ser os únicos relevantes. Antes disso, o valor da natureza jamais fora levado em conta, sendo tratada como “um bem livre e ilimitado” e tendo por isso vindo a ser destruída, sem que sequer se soubesse o valor dessa perda. Ao contabilizar a natureza e a economia juntas, no mesmo quadro e com os mesmos parâmetros, o mundo passou a poder ver efetivamente como as atividades económicas afetam a natureza e como a presença da natureza afeta os indivíduos, as sociedades e todas as espécies.

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