A Casa do Impacto esteve à conversa com Raquel Costa e Sílvia Reis, co-Founders da IF-A, um dos projetos que termina este mês o período de capacitação do programa de aceleração Rise for Impact.

Entramos na reta final do período de capacitação do Rise for Impact e convidamos os 10 participantes a fazerem uma retrospetiva do seu percurso até agora. A 16 de dezembro vamos conhecer os três finalistas do programa que entrarão na fase de incubação, que os levará até ao prémio final, num evento a não perder!

Agarra já o teu bilhete gratuito aqui.

Na entrevista de hoje, fica a conhecer a IF-A, um projeto que tem como objetivo aumentar a empregabilidade da população com mais de 45 anos, que está desempregada há mais de 1 ano, através de 3 componentes essenciais – a awareness, a capacitação e o estágio.

 

 

Como surgiu a ideia de criação da IF-A | Inspiração, Foco e Ação?

A IF-A surgiu enquanto trabalhávamos em conjunto na Gestão de Talento da área de Recursos Humanos. Na nossa troca de ideias sobre as desigualdades do mercado de trabalho, acreditámos que podíamos criar um projeto que pudesse fazer face a esse problema e acrescentar valor à sociedade, uma vez que que temos conhecimento e experiência profissional nas áreas de formação, desenvolvimento profissional, e mudança de carreira/função.

Como conhecíamos muitos casos de pessoas que saíam de empresas com mais de 40 e poucos anos e tinham dificuldade em reintegrar o mercado de trabalho, ou mudar de percurso profissional, percebemos que esse seria o nosso foco, e a partir daí foi tentar perceber tudo o que estava relacionado com o tema.

 

Como tiveram conhecimento do Rise for Impact? O que é que vos impulsionou a participar?

Como não sabíamos como começar a trabalhar o tema ou como iniciar o modelo de negócio (pois na altura não tínhamos nada mais do que uma vaga ideia de trabalhar competências e ajudar estas pessoas) precisávamos de alguma orientação, e debate de ideias numa lógica de mentoria, para nos fazer evoluir todo o conceito e vir a torná-lo sustentável.

Começámos por pesquisar por instituições que nos poderiam ajudar, e além da Startup Leiria que foi onde começámos a olhar este tema (e que nos ajudou a conhecer o empreendedorismo social), sabíamos que ainda tínhamos muito trabalho a fazer e que precisaríamos de uma ajuda intensiva na matéria. Como acompanhamos estes temas de empreendedorismo social também no Linkedin, vimos o anúncio do Rise for Impact e achámos que poderia ser uma boa oportunidade de nos ajudarem a evoluir. Inscrevemo-nos e deram-nos a oportunidade de participar.

 

O que é, como funciona e a quem se dirige a IF-A?

A IF-A é um programa em que todos nós, enquanto sociedade, estamos envolvidos, mudando mentalidades e quebrando barreiras à contratação de desempregados de longa duração com mais de 45 anos.

Tem 3 dimensões importantes: o Awareness – que será um trabalho feito com as empresas e sociedade civil sobre o valor acrescido destes profissionais dentro do âmbito da diversidade e inclusão pois equipas com diversidade cognitiva e etária são equipas mais criativas e inovadoras; a Capacitação – iremos capacitar os desempregados de longa duração em competências emocionais e sociais necessárias à mudança e uma nova integração, bem como algumas ferramentas digitais necessárias a funções de futuro, e a Integração – iremos colocar em contacto empresas e desempregados de modo a que estes possam mostrar o seu valor acrescido, eliminando enviesamentos iniciais e contribuindo para a sua reintegração.

 

Em que fase se encontra agora?

Já temos a solução definida e o modelo de negócio estabelecido. Começamos já a interagir com algumas empresas para perceber o seu interesse, e já temos uma empresa interessada em ser “Empresa Bandeira” apoiando o nosso projeto.

Senhora em entrevista de emprego

“Em 2025 esperamos já estar com pelo menos 6 a 7 empresas em Portugal comprometidas com a temática, e com impacto na redução do desemprego de longa duração da população com mais de 45 anos.”

Como tem sido a vossa experiência no Rise for Impact durante os 3 meses de capacitação? Algo que possam destacar?

A nossa participação no Rise for Impact tem sido fundamental para estarmos hoje no ponto em que estamos. Foram meses de trabalho intensivo, em que nos puseram a cabeça a “deitar fumo”. Onde, em conjunto com os mentores, tentámos chegar à solução que fosse o mais eficaz possível para o problema social que queremos resolver, e acreditamos que nesta fase temos essa solução. Destaco ainda a dinâmica criada mesmo no formato à distância, e à incansável disponibilidade de todos, participantes e mentores, de nos ajudarmos mutuamente, para que todos vejam os seus projetos crescer, e, em última análise contribuirmos todos uma sociedade melhor.

 

O que significaria para vocês vencer o Rise for Impact?

Vencer o Rise for Impact seria espetacular! Era ver reconhecido todo o trabalho que desenvolvemos, e continuarmos a ser apoiadas até conseguirmos “andar sozinhas”. Sabemos que um projeto enquanto não for estável pode facilmente falhar, e para nós era importante ter essa estabilidade e apoio nos primeiros meses enquanto o projeto estivesse a ser testado e começasse depois a escalar.

 

De que forma o projeto contribui para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU?

O nosso projeto está intimamente ligado ao ODS 10 – Redução das Desigualdades, que incita ao empoderamento e promoção da inclusão social, económica e política de todos. Temos ouvido muito falar de igualdade de género, racial, ou relacionado com algum tipo de incapacidade. Mas pouco ou nada se fala de desigualdade relacionada com idade. E ela existe. É como se fosse um assunto tabu, que ninguém quer admitir e que de uma forma ou de outra promove, ainda que inconscientemente. E não existe só relacionada com o trabalho (embora esse seja o nosso foco) pois o idadismo existe noutras formas, não dando o devido valor às pessoas e às suas experiências de vida. Mas como referimos, o nosso projeto está intimamente ligado ao trabalho e às suas condições de acesso, e isso leva-nos à ligação com o ODS 8 que tem como um dos objetivos tentar alcançar o pleno emprego.

 

Em 2025, como vêem a IF-A?

Temos objetivos já muito concretos para os próximos 3 anos de vida. Mas em 2025 esperamos já estar com pelo menos 6 a 7 empresas em Portugal comprometidas com a temática, e com impacto na redução do desemprego de longa duração da população com mais de 45 anos.

 

Descobre tudo sobre a IF-A aqui. Fica atento/a, este mês vamos conhecer os 10 projetos que participam na aceleração e que farão o seu pitch no Demoday que decorrerá a 16 de dezembro na Casa do Impacto. A entrada é gratuita mas carece de registo prévio aqui.

Queres estar a par de todas as novidades da Casa do Impacto, incluindo do nosso programa de eventos mensal? Subscreve a nossa newsletter e segue-nos nas redes sociais – FacebookInstagramTwitter e Linkedin.