Em dia de Demoday experiencia-se sempre um sentimento generalizado de entusiamo e nervosismo. Estamos todos ali para celebrar o Empreendedorismo de Impacto e a forma como se reinventa em novas ideias, a cada edição que passa. É fácil deixarmo-nos contagiar pela emoção que é poder estar um passo mais perto da mudança que queremos ver no mundo. E há pelo menos mais dez mudanças a ganhar terreno.
Não é difícil imaginar a tensão que se foi sentindo ao longo do dia. O momento exatamente antes de chamarem o teu nome para apresentar o pitch mais importante da tua vida (vão existir mais) e o momento exatamente antes de anunciarem os nomes que passam à próxima fase, quando queres muito ouvir o teu.
A expectativa encheu sempre os espaços, mesmo para quem já sabia as soluções para o quebra-cabeças que é escolher os finalistas.
E de quem foi a missão de o resolver? Como fazemos sempre, reunimos várias personalidades do Ecossistema para garantir o rigor, transparência e integridade de todo o processo. A pertinência de cada questão e comentário durante a sessão de pitch acrescentou muito valor e ajudou a desbloquear algumas questões importantes para que a avaliação fosse o mais autêntica possível. O painel foi composto por Inês Sequeira, Fundadora e Diretora da Casa do Impacto; Rita Trabulo – Diretora de Inovação e Conhecimento da CCA Law Firm; João Duarte – Alumni Casa do Impacto (Impulso) e Global Shapers Lisbon Hub; Filipa Pinto Coelho – Presidente Executiva Associação VilacomVida e CEO Café Joyeux Portugal e Luís Vieira – Project Manager na Bicicultura (CicloExpresso e Sempre a Rodar) e Alumni do RISE for Impact.
À porta fechada os jurados debateram quem merecia passar à final e quem terminava o seu caminho neste que é o programa de aceleração da Casa do Impacto focado em soluções ligadas à área social e da saúde. Não foi difícil para quem estava de fora perceber que a decisão não estava a ser tomada de ânimo leve. A competição era renhida e qualquer pessoa que estivesse a assistir aos dez pitch desse dia conseguiria perceber isso. As dez equipas que nos últimos meses trabalharam para chegar a este dia não faltaram à sua palavra e apresentaram projetos com um grande nível de maturidade. Para nós, Casa do Impacto, que os conhecemos ainda antes de vermos as caras por detrás, foi notória a curva de crescimento.
O inesperado foi que não saíram apenas três projetos da mesa de júri. No fim do dia foram anunciados quatro nomes, três finalistas e uma menção honrosa:
- > A Nulla é uma aplicação digital que procura responder ao crescente problema do desperdício alimentar através da promoção da literacia e consciência alimentar. A aplicação oferece um acompanhamento personalizado ao consumidor através de informações detalhadas sobre as melhores técnicas de cozinha, métodos de conservação, combinações ideais com outros ingredientes além do escolhido e sugestões de receitas ou workshops e cursos;
- > A TAIP apresenta uma linha de roupa interior para pessoas com incontinência urinária. Através das suas características funcionais, mas também estéticas, os produtos têm como objetivo responder à necessidade de melhorar o estilo de vida e dignificar as pessoas que sofrem desta condição, mas também educar a sociedade quanto à mesma;
- > A UNE.IDADES que propõe um serviço de partilha de casa que conecta seniores que vivem sozinhos a estudantes universitários à procura de alojamento acessível. Esta proposta garante que ambas as partes vivam num ambiente seguro em que se ajudam mutuamente nas tarefas e despesas diárias e criam laços profundos. O retardamento de doenças como a demência é também um dos benefícios da relação de companheirismo que se quer criar.
A The Equivalence foi a startup que mereceu a menção honrosa que lhe garantiu um ano de Incubação na Casa do Impacto e acesso a tudo aquilo que um residente da casa tem direito! A plataforma que propõe recolhe toda a experiência pessoal e profissional que um utilizador emigrante quer partilhar e, com a mesma, gera um “perfil equivalente” no país para onde este emigrou ou está interessado em emigrar. A decisão de atribuir uma menção honrosa a um quarto projeto não é inédita, mas é rara. Já em edições anteriores a escolha se tornou tão difícil que ninguém quis deixar a A Hug-a-Group e a Mypolis voltar para casa de mãos a abanar. Se a exceção à regra desta quinta edição (há sempre uma, segundo o paradoxo) seguir o exemplo dos seus antecessores, então o sucesso está garantido. A The Equivalence não é finalista, mas é mesmo como se fosse.
Quanto aos três finalistas que permanecem na corrida, estamos muito expectantes com aquilo que ainda têm para mostrar durante esta última fase do programa. São ainda alguns meses de trabalho e o júri vai ser ainda mais implacável e rigoroso na escolha dos lugares a preencher. A tarefa não é fácil porque além da qualidade dos projetos, as diferentes soluções que propõe focam-se em problemáticas muito pertinentes.
O pódio está garantido, mas ainda está por se decidir quem sobe ao lugar mais alto.
P.S: Conhece melhor os dez projetos que estiveram na fase de Capacitação e dignificaram esta edição. Mantém-nos debaixo de olho, nós vamos fazer o mesmo!
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