A Casa do Impacto esteve à conversa com Inês Caetano, Founder da Blablablue, um dos projeto que alcançaram o pódio na edição deste ano do Santa Casa Challenge.
A Blablablue é uma solução digital inovadora e educativa (e divertida!) com conteúdo terapêutico para o desenvolvimento da linguagem nas crianças. Como referido no website da startup esta é a “a ferramenta de terapia da fala e da linguagem para usar em casa”.
Continua a ler para descobrires mais acerca deste fantástico projeto!
Como surgiu a ideia de criação da Blablablue?
A necessidade de material adequado e dirigido à população portuguesa é um problema na minha área. Sendo eu Terapeuta da Fala tinha muitas ideias de como desenvolver esse material mas não tinha os meios nem o conhecimento informático para o fazer. Um dia sou contactada pelos pais de uma menina que necessitava de intervenção, sendo eles artistas e programadores, e deparando-se também com a necessidade de terem material adequado para a estimulação da sua filha em casa, decidimos conversar sobre a possibilidade de criarmos nós uma ferramenta nova. Ao percebermos que conseguíamos fazê-lo juntos, nasceu a Blablablue!
Como tiveram conhecimento do Santa Casa Challenge? O que é que vos impulsionou a participar?
A Audax-ISCTE achou que o Santa Casa Challenge era ideal para mostrar o nosso projeto. Sentimos que devíamos participar neste concurso de inovação social digital porque sabíamos que a Santa Casa procurava projetos que promovessem a saúde de qualidade. Estar ligado a um prémio dado por esta Instituição assim como a qualidade do prémio foi um bom incentivo à participação.
O que é, como funciona e a quem se dirige a Blablablue?
É uma app terapêutica e educativa virada para os conteúdos da estimulação da linguagem e fala, que irá funcionar em todos os dispositivos móveis e dirige-se a crianças/famílias e a Terapeutas da Fala. Está desenhada para crianças com desenvolvimento típico e atípico, pois serve para que estas se possam desenvolver e aprender brincando.
Em que fase se encontra agora?
Neste momento estamos a produzir a versão de lançamento e a criar uma rede de contactos coesa tanto para a fase de testes como para a contínua evolução da app.
De que forma esta solução promove a inclusão?
A nossa solução permite que as crianças sejam estimuladas corretamente durante um maior período de tempo do que aquelas que as terapias presenciais permitem e sob monitorização da família e dos terapeutas. Desta forma, ao melhorarem as suas competências linguísticas, quer na compreensão quer na expressão, encontram-se mais aptas para compreenderem e se adaptarem ao mundo que as rodeia. Ao se trabalhar precocemente as dificuldades linguísticas de uma criança podemos prevenir o insucesso escolar.
Para além da Blablable, o primeiro produto da Blu Mars, já imaginam a criação de outras soluções?
A Blu Mars tem como objetivo principal encontrar soluções inovadoras sobretudo na área da saúde/ reabilitação e, como tal, prevê a criação de materiais ligados à senescência, a alterações neurológicas, ao espectro do autismo, entre outros. A utilização de ferramentas de realidade virtual vai ser um dos pontos fulcrais das nossas futuras soluções.
Qual o feedback que têm da utilização, pelas crianças, pais e terapeutas, da solução?
Como referimos anteriormente ainda estamos a produzir o produto final, por isso ainda nos encontramos numa fase de testes, contudo o feedback das crianças próximas aos envolvidos no projeto tem sido positivo.
Ao arrecadarem o 3º lugar do Santa Casa Challenge ganharam, para além de um ano de incubação virtual, 1 Alpha Pack para a Web Summit. Como é que esse prémio vos ajudará a crescer?
A Web Summit é uma montra muito conceituada. Este prémio dá-nos a possibilidade de que várias pessoas de muitas partes do mundo possam conhecer o nosso projeto e interessar-se por ele. A internacionalização da nossa app é um objetivo a curto prazo e ir à Web Summit é uma boa forma de começar a tentar cumprir esse objetivo.
De que forma o projeto contribui para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU?
Para o objetivo 3: Saúde de Qualidade – pretendemos que todas as pessoas a muito baixo custo possam ter acesso à terapia da fala e a um maior número de horas de estimulação.
Para o objetivo 4: Educação de Qualidade, citando “Garantir que todas as meninas e meninos tenham acesso a um desenvolvimento de qualidade na primeira fase da infância” – a nossa app é usada não só para intervenção como para a estimulação precoce das competências da Linguagem e da Fala.
Para o Objetivo 5: Igualdade de Género, citando “Aumentar o uso de tecnologias de base, em particular as tecnologias de informação e comunicação, para promover o empoderamento das mulheres” – a nossa aplicação apresenta uma representação masculina e feminina igualitária, não havendo papéis de dominância nem submissão de cada género. As personagens femininas são empoderadas e realizam as mesmas tarefas que os meninos. Uma vez que esta aplicação é dirigida a crianças de idade pré-escolar, pode dizer-se que precocemente vão ver que meninos e meninas têm as mesmas capacidades e podem ter os mesmos sonhos, evitando estereótipos.
Transversalmente, a BlaBlaBlue, pela sua natureza de ser uma app, acaba por ajudar na não-produção de lixo e resíduos, uma vez que, até agora, muitos dos materiais usados pelas terapeutas são jogos em papel ou cartão, que se degradam rapidamente, ou brinquedos de plástico que se perdem, partem e estragam com alguma facilidade.
Em 2025, como veem a Blablablue? Previsões e projetos para o futuro?
Vemos um projeto coeso, internacionalizado e em expansão. Previmos a criação de novas ferramentas que permitam que as terapias se inovem e que possamos estar ligados a projetos de investigação.
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E assim terminamos esta série de entrevistas com os 3 finalistas do Santa Casa Challenge 2021. Lê aqui a entrevista com a Nevaro, a startup vencedora do concurso, e aqui a entrevista com a SurgeonMate, projeto que alcançou o 2º lugar.
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