Perdeste a Thursday with Impact de junho? Descobre tudo aqui!

Dedicamos este mês de junho ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (doravante ODS) 14 – Proteger a Vida Marinha. Para a concretização da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas foram delineados 17 ODS que são imperativos para um futuro sustentável, de forma a promover esta Agenda a Casa do Impacto organiza, mensalmente, as Thursdays with Impact, sessões dedicadas ao ODS em foco nesse mês.

O ODS 14 visa a promoção da conservação e utilização fundamentada dos oceanos, mares e dos recursos marinhos para garantir um desenvolvimento sustentável. Descobre mais aqui.

A 17 de junho, Marta Costa, Program Manager na Maze, entidade parceira da Casa do Impacto, convidou Raquel Gaião Silva, Executive Advisor na Bluebio Alliance, Deniz Ficicioglu e Jacob von Manteuffel, co-founders da betterfish, para discutir, tendo por base o documentário “Seaspiracy” da Netflix, os principais desafios que o nosso oceano enfrenta resultantes da atuação do ser humano.

Em Thursdays with Impact | Safeguarding the future of our ocean foi realçado o cariz sensacionalista e controverso do documentário, o que dividiu muito a opinião do público. Também as opiniões do nosso painel foram díspares, com Raquel Gaião Silva a sublinhar que ainda que o documentário tenha feito um bom trabalho, através de gráficos, a explicar alguns conceitos difíceis relacionados com o mundo da pesca também contribuiu para demonizar a pesca comercial, falhando na separação entre large scale ficheries e small scale fisheries, estas últimas muito comuns no nosso país. Já Deniz Ficicioglu considerou o documentário muito útil para alertar o público geral para a questão da pesca sustentável, ainda que enfatize a sensação de “não podemos fazer nada para inverter a situação” que o documentário deixa no espectador comum.

A narrativa de “Seaspiracy” é construída em volta da ideia, apresentada como única solução, de que temos de parar de consumir peixe para que o oceano possa desenvolver-se de forma sustentável. Raquel Gaião Silva reforçou que tal não pode, em prol de uma transição equilibrada e duradoura, ser apresentado como única solução, uma vez que temos de reconhecer que existem small scale fisheries que são sustentáveis e regenerativas para o ecossistema marinho e que o negócio da pesca é de extrema relevância para a sustentabilidade de inúmeras comunidades piscatórias. A ligação entre a questão ambiental levantada no documentário e as consequências sociais que adviriam da total paragem de consumo de peixe foram realçadas nesta conversa.

Jacob von Manteuffel, defensor de um estilo de vida animal-free, deixou o reparo de que a regeneração dos oceanos só é exequível se houver algo para regenerar, se arruinarmos todo o ecossistema marinho essa regeneração não será mais uma possibilidade. O co-Founder é da opinião de que podemos fazer com que os consumidores façam essa mudança se lhes apresentarmos boas (e apetitosas) alternativas, como o produto da betterfish, uma alternativa ao atum, que é 100% plant-based criada com proteínas de algas marinhas.

Revê a conversa aqui.


De acordo com dados recentes das
Nações Unidas relativos ao ODS 14 no mundo:

  • – A acidificação do oceano continua a ameaçar os ambientes marinhos; um aumento de 100/150% na acidez do oceano está projetada até 2100, afetando metade de toda a vida marinha
  • – 97 assinaram o Agreegment on Port State Measures, o primeiro acordo internacional vinculativo sobre pesca ilegal, não reportada ou não regulamentada
  • – As principais áreas de biodiversidade marinha, a nível global, cobertas por áreas protegidas aumentaram
  • – A redução drástica da atividade humana provocada pela Covid-19 pode ser uma oportunidade para os oceanos recuperarem

Com a definição deste ODS 14, a Agenda 2030 reconhece que promover formas de melhorar a utilização dos recursos marinhos pela atividade humana é dos maiores desafios globais para atingirmos o desenvolvimento sustentável da sociedade.

Não percas a nossa programação de julho!

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Golfinho