Como podemos promover conhecimento, ações e respostas das comunidades ao ODS 11?

Ainda vais a tempo de responder ao desafio “Como podemos promover conhecimento, ações e respostas das comunidades às alterações climáticas?”. Se a tua solução for a vencedora, podes contar com um prémio de 15 mil euros + incubação de um ano na Casa do Impacto e ainda um Alpha Pack Web Summit 2020.

Já tens um projeto desenvolvido, ou ainda em fase de testing, mas alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 11, 12 ou 13? Tens apenas uma ideia mas sentes “aquela call” para proteger o nosso planeta? Seja como for, reunimos neste post alguns highlights e links sobre o ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis, como kick-off de uma série de conteúdos sobre os ODS 11, 12 e 13.

Relatório da ONU colocou Portugal entre os 30 países mais sustentáveis do mundo mas ainda apresenta muitos desafios no cumprimento dos ODS 11, 12 e 13

Um relatório feito por cientistas independentes, para a Organização das Nações Unidas (ONU) sobre desenvolvimento sustentável para 2019, colocou Portugal em 26.º lugar de um total de 162 países avaliados.

Dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, Portugal está a cumprir da melhor forma o sétimo, de energias renováveis e acessíveis, mas apresenta menor eficiência aos desafios: saúde de qualidade (ODS 3), trabalho digno e crescimento económico (ODS 8) e cidades e comunidades sustentáveis (ODS 11).

Segundo o relatório, os maiores desafios estão relacionados com a erradicação da fome e com os objetivos 12, 13 e 14: produção e consumo sustentáveis, ação climática e proteção da vida marinha, respetivamente. O ODS13, ação climática, apresenta-se de forma geral a todos os países, como o mais difícil de atingir.

Os 10 países considerados como os mais sustentáveis são membros da União Europeia. O primeiro da lista é a Dinamarca, seguido da Suécia, Finlândia, França e Áustria. Nos 10 melhores entraram também Alemanha, República Checa, Noruega, Holanda e Estónia.


Desenvolvimento sustentável, cidades inteligentes!

A definição mais usada pela ONU para o conceito de desenvolvimento sustentável é de “um modelo de desenvolvimento que permite satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações satisfazerem as suas próprias necessidades”.

Apesar de não existir uma definição consensual para o conceito de smart cities ou cidades inteligentes, podemos dizer de uma forma genérica que são áreas urbanas que usam IoT (abreviatura do termo internet of things/ internet das coisas, em PT) para gerir com eficiência todos os seus recursos.

Apesar de toda a discussão conceptual acerca destes temas, certo é que “a cidade é o reflexo das pessoas que nela existem” e cuja demanda pela igualdade e inclusão social, bem como pela envolvência dos seus cidadãos na criação de soluções, é primordial.

É também com base no desígnio de que “O desenvolvimento urbano sustentável de Portugal depende de (…) cidades inteligentes, vividas, habitadas, atrativas” que a estratégia Cidades Sustentáveis 2020 se apresenta.

Cidades: fraquezas e ameaças!

  • Atualmente, mais de 50% da população mundial vive em cidades e espera-se que 2030, esse número deverá aumentar para 60%
  • Atualmente as cidades são grandes espaços de desigualdade, com mais de mil milhões de pessoas a viver em bairros de lata degradados (número que continua a aumentar)
  • Muitas delas são especialmente vulneráveis a desastres naturais e às alterações climáticas, devido à sua localização e alta concentração de pessoas
  • São responsáveis por 60-80% do consumo de energia e 70% das emissões de carbono
  • Os transportes são responsáveis por cerca de ¼ de toda a energia que liberta emissões de CO2 e que se prevê aumentar em 1/3 até 2050


Cidades: metas estipuladas pelo ODS 11!

  • Garantir o acesso de todos à habitação segura, adequada, a preço acessível e aos serviços básicos e melhorar as condições nos bairros de lata
  • Proporcionar o acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis, sustentáveis e a preço acessível; melhorar a segurança rodoviária e expandir a rede de transportes públicos, atendendo sempre às necessidades dos grupos mais vulneráveis
  • Aumentar a urbanização inclusiva e sustentável e a capacidade para a gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis
    Proteger e salvaguardar o património cultural e natural
  • Reduzir o impacto das catástrofes e das perdas económicas diretas, incluindo as relacionadas com a água, com foco nos grupos mais vulneráveis
  • Reduzir o impacto ambiental negativo per capita nas cidades, com atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais, entre outros
  • Proporcionar o acesso a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, particularmente aos grupos de maior vulnerabilidade
  • Apoiar relações económicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, periurbanas e rurais, reforçando o planeamento nacional e regional de desenvolvimento
  • Aumentar substancialmente o número de cidades e assentamentos humanos que adotem e implementem políticas e planos integrados para a inclusão, a eficiência dos recursos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, resiliência a desastres; e desenvolver e implementar, de acordo com o Enquadramento para a Redução do Risco de Desastres de Sendai 2015-2030, a gestão holística do risco de desastres em todos os níveis
  • Apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência técnica e financeira, para construções sustentáveis e resilientes, utilizando materiais locais


Cidades: desafios e oportunidades!

  • Como suportar o crescimento das cidades, sem perder qualidade, prosperidade e estabilidade social e sem prejudicar o meio ambiente?
  • Como promover o acesso dos cidadãos a mais serviços e oportunidades?
  • Como garantir o acesso à habitação condigna?
  • Como consciencializar os cidadãos e envolvê-los ativamente nas suas comunidades?
  • Como melhorar a qualidade e o acesso aos serviços, e promover o uso de transportes públicos e de veículos elétricos partilhados?
  • Como promover o número de empregos verdes, nomeadamente através do turismo sustentável e das energias renováveis?
  • Que soluções inovadoras para sistemas de arrefecimento, aquecimento e tratamento de resíduos nas infraestruturas públicas e privadas?
  • Como promover projetos de habitação com reabilitação de infraestruturas inabitadas?
  • Como criar incentivos para a construção de pequenas urbanizações autossustentáveis?
  • Que projetos para repensar o planeamento urbanístico e os espaços verdes?

Esperamos que estas questões que deixamos convidem à reflexão sobre os desafios inerentes ao desenvolvimento de cidades e comunidades sustentáveis e que promovam o contributo de soluções inovadoras.

No próximo post vamos falar sobre produção e consumo responsável e ação climática. Até lá, ficamos a aguardar a tua candidatura ao Santa Casa Challenge!

Ponte 25 de Abril, em Lisboa, à noite