A Casa do Impacto à conversa com Pedro Marques, promotor da Hug-a-Group, um projeto foco na saúde mental que participou na primeira edição do RISE for Impact.

Durante as próximas semanas vamos conversar com outros participantes e mostrar-te que o RISE for Impact é o programa de aceleração certo para desenvolveres o teu projeto de impacto. Candidata-te à próxima edição e junta-te à comunidade que faz a diferença!

A Hug-a-Group é uma plataforma online focada em saúde mental que promove grupos de suporte, orientados por psicólogos certificados.

Para complementar o ambiente de grupo, desenvolveu a Jornada do Bem-Estar, uma área pessoal que combina ferramentas relevantes como um diário de emoções e formação de profissionais, onde o paciente pode encontrar tarefas para realizar no seu dia-a-dia, a fim de melhorar o seu bem-estar.

Como surgiu a ideia de criar esta comunidade?

Desde muito novo que tive de aprender a lidar com ataques de pânico e um distúrbio de ansiedade. Uma das soluções que sempre achei útil foi ligar-me com pessoas que estavam a passar pela mesma situação, quer via redes sociais ou alguns fóruns online, de forma a aprender como outras pessoas lidavam com ansiedade e depressão no seu dia-a-dia.

Depois de alguma investigação junto de profissionais, apercebi-me de que havia uma solução pouco explorada: a terapia de grupo. Por aquilo que já referi – muitas vezes associada a adições e com resultados muito bons ao nível da saúde mental, mais vezes aplicados do outro lado Atlântico, nos EUA. Os avanços da tecnologia viram a ascensão da ehealth e da terapia cognitivo-comportamental (TCC) a ser aplicada virtualmente.

Com este progresso, nasceu um novo segmento de mercado, o da saúde mental digital, sendo que já vemos neste espaço serem oferecidas psicoterapia à distância ou soluções de autoajuda há pelo menos 8 anos, ambas com muita eficácia em todo o mundo.

Quisemos criar um espaço diferente, uma alternativa do que já existia no mercado, um sítio que aliasse o apoio profissional com o apoio comunitário e como consequência baixar ainda mais o preço do apoio psicológico.

Porque decidiram participar no RISE e quais as expetativas que tinham?

Esperávamos aprender muito mais sobre como podemos gerar, medir e avaliar o impacto que geramos com o nosso negócio – ter métricas a atingir, além das financeiras. Era um mindset que não tínhamos, mas sabíamos que o precisávamos de trabalhar, enquanto empresa. Além disso, aprender com empreendedores mais experientes era algo que queríamos muito, para nos ajudar a surfar a área do impacto em Portugal de forma mais fácil.

Em que fase é que se encontrava o projeto nesse momento?

Estávamos na fase da transição da ideia já validada para a construção do produto em si. Já tínhamos feito muita pesquisa e validação junto do nosso público-alvo e tínhamos um MVP construído, mas muito trabalho por fazer.

Como é que o vosso projeto beneficiou com os “workshops” em que participou na fase de capacitação?

Aprendemos muito (e continuamos a aprender!) com o formador principal do RISE, o Miguel Teixeira, que nos ajudou em todas as áreas do negócio, desde a montagem dum plano de negócios, estruturar o nosso product roadmap ou a nossa comunicação. Da formação que tivemos destaco também os worskshops com a CCA – como empreendedores no início sabemos muito pouco de burocracias, contabilidades, etc… Foi ótimo ter a ajuda deles para termos algumas luzes das escolhas que podemos fazer no início para termos um trajeto menos complexo.

Desde a fase de ideação à fase de implementação da Hug-a-Group, que milestones atingiram?

Desde que chegámos ao RISE muita coisa mudou, o que é ótimo!

  • Distanciámo-nos da terapia individual e voltámos à nossa visão inicial de sermos o sítio para quem procura um grupo;
  • Aumentámos a equipa para 4 membros full-time, com skills nas áreas da psicologia, software development, marketing e gestão;
  • Concluímos o desenvolvimento da primeira app em mobile que está para ser lançada muito em breve, sendo que a estamos neste momento a implementar com empresas;
  • Existe uma coisa ou outra que ainda não podemos revelar – fica para a entrevista daqui a um ano!

O maior projeto e milestone à data é estarmos a testar o produto que construímos no RISE com uma das maiores farmacêuticas Europeias, o que nos está a permitir recolher feedback real de utilizadores, sem qualquer custo de aquisição, gerando valor de vendas e uma oportunidade de replicar o modelo além-fronteiras. Além disso, é ótimo para testar antes de lançarmos o produto para o mercado de venda direta ao consumidor.

Pessoas abraçadas numa seara

“Mental Health is different for everyone. Our mission is to help you discover what works best for you. Combine Daily Tasks with Support Groups and grow with our Community.”

Chegaram à fase de incubação – quais os benefícios que tiram de estarem incubados na Casa de Impacto?

Apesar de não termos sido um dos 3 finalistas do programa, fomos convidados a ficar na Casa do Impacto – na verdade, durante a fase de ideação mudámos logo o nosso espaço de trabalho para a Casa do Impacto para tirar o máximo de partido do programa e da comunidade. Fomos criando muitas relações com várias organizações, como referi, o que nos ajudou durante o programa e quando este terminou, fomos continuando a relação – pouco mudou porque desde o primeiro dia procurámos conhecer e aprender com quem já gera impacto real. Tem sido incrível, não podia estar mais contente e penso ter encontrado a comunidade certa para me ajudar a fazer com que a Hug-a-Group seja uma referência no espaço da saúde mental a médio-longo prazo.

A vossa entrevista sai estes mês, em que falamos sobre o ODS4 – educação de qualidade. Como é que acham que o vosso projeto pode contribuir para atingir este objetivo?

Quando pensamos na saúde mental e no impacto que geramos, pensamos instantaneamente no ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. No entanto, há uma dimensão no nosso projeto, muito próxima do setor da educação.

O nosso principal público tem idades entre os 16 e os 25 anos e está sobretudo em escolas e universidades. Em conjunto com as organizações referidas, conseguimos proporcionar maior acesso a cuidados de saúde mental diversos, com um custo inferior e com isto contribuir para o bem-estar e felicidade dos alunos.

Que mensagem querem deixar a quem esteja a pensar participar na próxima edição do RISE for Impact?

Não tenham medo de arriscar e candidatem-se – se forem um dos escolhidos, aproveitem ao máximo toda a comunidade que tem pessoas fantásticas e usem e abusem de tudo aquilo que a Casa do Impacto tem para vocês.

Pessoas abraçadas numa seara